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Tibete/Dalai Lama

Parlamento tibetano analisa pedido de Dalai Lama para deixar governo no exílio

O Parlamento do Tibete no exílio abriu nesta segunda-feira uma sessão histórica com a leitura do pedido oficial do Dalai Lama pedindo para ser suspenso de suas funções públicas no movimento tibetano.

O líder espiritual dos tibetanos Dalai Lama anuncia sua intenção de renunciar ao seu papel político.
O líder espiritual dos tibetanos Dalai Lama anuncia sua intenção de renunciar ao seu papel político. Reuters
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A carta enviada pelo Dalai Lama aos parlamentares tibetanos é mais uma lição de sabedoria do prêmio Nobel da paz. Ele pede para ser substituído na chefia do governo no exílio enquanto ainda está com boa saúde, para que a administração tibetana preserve seu grau de autonomia e não se veja dependente do líder religioso num momento de pressão, o que pode ser mais delicado.

O cargo político do Dalai Lama é essencialmente simbólico. Aos 75 anos, ele já tentou se desligar dos compromissos oficiais outras vezes, mas o parlamento nunca achou que havia um substituto com carisma à altura do líder. Desta vez, o Dalai Lama tenta ser mais incisivo, garante que vai continuar sendo o líder religioso dos tibetanos e promete assessorar o primeiro-ministro futuramente eleito a defender a causa do Tibete. "Se conseguirmos colocar essa medida em prática agora, eu ainda poderei ajudar a resolver os problemas se for necessário", argumentou o líder.

Os tibetanos lutam há meio século contra a dominação do governo chinês, que anexou suas terras e tenta destruir a cultura dos monges budistas com violência. Três candidatos que vivem no exílio concorrem ao cargo de primeiro-ministro do Tibete: Lobsang Sangay, um estudante de Direito em Harvard, Tenzin Tethong, um ex-representante do Dalai Lama em Nova York e Washington, e Tashi Wangdi, que já ocupou vários cargos no governo no exílio. Sangay, o advogado de Harvard, é o candidato mais cotado.

Entre os jovens tibetanos no exílio, a decisão do Dalai Lama é interpretada como um sinal de sabedoria do mestre em direção ao futuro. Um dia, o Dalai Lama vai morrer, mas a causa que ele incarna continuará existindo. Talvez tenha chegado a hora de encarar o desafio, elegendo um primeiro-ministro no dia 20 de março. A China já preveniu que ela daria a última palavra sobre o sucessor. O combate será longo.
 

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