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Dominique Strauss-Kahn/escândalo

Justiça libera ex-diretor do FMI e devolve fiança de U$ 6 milhões

Em uma nova audiência, a Justiça de Nova York decretou nesta sexta-feira o fim da prisão domiciliar do ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn. A fiança de 6 milhões de dólares, que havia sido deixada como garantia, foi restituída ao ex-diretor do FMI. O processo continua, mas ele tem grandes chances de ser inocentado, dizem os especialistas.

Dominique Strauss-Kahn deixa a audiência no tribunal de Nova York.
Dominique Strauss-Kahn deixa a audiência no tribunal de Nova York. REUTERS/Lucas Jackson
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O juiz Michael Obus atendeu o pedido do promotor Cyrus Vance e decretou o fim da prisão domiciliar de Dominique Strauss-Kahn, liberando o ex-diretor do FMI. Ele deu sua palavra que compareceria às próximas audiências e estará presente novamente ao tribunal no dia 18 de julho. O juiz esclareceu, entretanto, que as sete acusações contra Strauss-Kahn não seriam retiradas e a investigação deve continuar. Seu passaporte também continua nas mãos da Justiça americana, mas ele poderá viajar dentro do país.

O ex-diretor do FMI, acusado de tentativa de estupro e agressão sexual pela camareira Nafissatou Diallo, 32 anos, do hotel Sofitel, chegou ao tribunal 40 minutos antes da audiência, em companhia de sua esposa, Anne Sinclair, vestindo um terno escuro e uma gravata azul. Ele ignorou as dezenas de jornalistas que o aguardavam na porta, mas deixou a audiência sorridente.

O advogado de Strauss-Kahn, Benjamin Brafman, declarou que pedirá o arquivamento do processo e reafirmou que seu cliente era era inocente. "É um alívio", falou à imprensa. Na verdade, segundo especialistas em direito ouvidos pela imprensa francesa, o ex-diretor do FMI pode ser inocentado rapidamente, e antes mesmo do dia 18. Por falta de provas, a Justiça americana teria interesse em se livrar do caso o mais rápido possível.

Já Kenneth Thompson, representante da suposta vítima, afirmou à imprensa que sua cliente não modificará uma única palavra no seu depoimento sobre o que ocorreu no dia 14 de maio, no quarto do hotel Sofitel de Manhattan, e assegurou ter "provas materiais." De acordo com a promotoria, a camareira admitiu ter mentido diante do júri. Logo depois da suposta agressão, ela também limpou um outro quarto, fato que havia omitido da Justiça. Segundo a promotoria, Diallo também demorou para prestar queixa, aumentando as suspeitas de que a relação teria sido consentida.

Novos índicios obtidos pela polícia, revelados nesta sexta-feira pelo jornal The New York Times, mostram que Nafissatou teria ligações com uma rede de traficantes e de lavagem de dinheiro, além de ter mentido em seus depoimentos. Ela também teria ligado para um prisioneiro para discutir as vantagens de prestar ou não queixa contra Strauss-Kahn, um dia antes do escândalo vir à tona. Lembrando que a camareira afirmou durante o processo que não sabia que seu suposto agressor se tratava do ex-diretor do FMI. Além disso, Diallo também teria mentido para obter sua permanência nos Estados Unidos.

A reviravolta no caso de Strauss-Kahn, que agora tem chances de ser inocentado, pode mudar toda a configuração da campanha socialista para as presidenciais de 2012. As primárias do partido estão previstas para outubro e a data limite para o depósito das candidaturas é no próximo dia 13. Alguns integrantes do PS já falam em interromper o processo para dar tempo a Strauss-Kahn de decider sua vida política.
 

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