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França teve 118 feminicídios em 2022; uma mulher é morta a cada 3 dias no país

Ao todo 118 mulheres foram assassinadas em 2022 na França pelo seu cônjuge ou ex-cônjuge, um balanço quase estável em relação ao ano anterior, com quatro feminicídios a menos, revela o relatório sobre “mortes violentas dentro do casal” publicado neste sábado (2) pelo Ministério francês do Interior.

Pessoas seguram cartazes com nomes de mulheres durante manifestação convocada pela organização feminista "Nous Tous" para denunciar o 100º feminicídio do ano, em 1º de setembro de 2019, em Paris.
Pessoas seguram cartazes com nomes de mulheres durante manifestação convocada pela organização feminista "Nous Tous" para denunciar o 100º feminicídio do ano, em 1º de setembro de 2019, em Paris. Zakaria ABDELKAFI / AFP
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O estudo aponta que foram registadas 145 mortes violentas entre casais em 2022, somando 118 feminicídios e 27 homens assassinados (seis a mais em relação 2021), um número próximo ao do ano anterior, quando foram contabilizados 143 casos. Em média, um feminicídio ocorre a cada três dias na França.

O estudo também observa um aumento acentuado nas tentativas de homicídio entre casais, de 45%, com 366 incidentes, incluindo 267 vítimas do sexo feminino, registados em 2022, em comparação com 251 em 2021.

"O perfil típico do autor não se alterou. É predominantemente masculino (84%), na maioria das vezes em relacionamento, de nacionalidade francesa, com idades compreendidas entre 30 e 49 anos e não exerce ou não exerce mais atividade profissional", resume o Ministério do Interior.

As vítimas do sexo feminino (81%) são, na maioria das vezes, de nacionalidade francesa, com idades compreendidas entre 30 e 49 anos e desempregadas. Dos 118 feminicídios, 37 mulheres já haviam sofrido violência por parte do cônjuge ou ex-cônjuge antes de morrer, 24 delas relataram os fatos à polícia, em que 16 chegaram a apresentar uma queixa-crime.

Uma das vítimas dispunha de um telefone para casos de grave perigo que permitia a intervenção rápida da polícia devido a um botão pré-programado e, em outros dois casos, o cônjuge ou ex-cônjuge era alvo de fiscalização judicial.

Brigas e recusa de separação

Brigas (26%) e recusa de separação (23%) continuam entre os principais motivos para a “passagem ao ato”. A maioria dos crimes é cometida na residência do casal, da vítima ou do agressor (87%), sem premeditação, principalmente com arma branca (43%) ou arma de fogo (20%).

Os departamentos que registaram mais incidentes são o norte da França (sete vítimas do sexo feminino e duas vítimas do sexo masculino), os Alpes-Marítimos e o Ródano (cinco vítimas do sexo feminino cada), seguidos por Seine-Saint-Denis (quatro vítimas do sexo feminino e um do sexo masculino).

Assim como em 2021, 12 filhos menores morreram no âmbito familiar, vítimas de infanticídio.

(Com informações da AFP)

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