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População reage à feminicídio transmitido em live e vai às ruas em Sarajevo

A agressão e o posterior assassinato de Nizama Hecimovic, 37 anos, pelo ex-namorado, um fisiculturista de 35 anos, chocou a população da Bósnia, que saiu em protestos pacíficos nas ruas de Sarajevo e nas principais cidades do país nesta segunda-feira (14). 

Milhares de pessoas participaram da marcha em Sarajevo para mostrar solidariedade dois dias depois que uma mulher foi assassinada por seu parceiro.
Milhares de pessoas participaram da marcha em Sarajevo para mostrar solidariedade dois dias depois que uma mulher foi assassinada por seu parceiro. AFP - ELVIS BARUKCIC
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Milhares de pessoas se manifestaram após o assassinato de uma mulher e mais duas pessoas na cidade de Gradacac, no nordeste da Bósnia, na semana passada. O crime a mão armada ocorreu na presença da filha bebê do casal, que chorava o tempo todo no vídeo. O assassino agrediu primeiro a ex-companheira e depois assassinou dois homens enquanto transmitia toda a violência ao vivo pela rede social Instagram.

Além da mulher, ele atacou outras duas vítimas que foram identificados como sendo um pai e seu filho, em seguida o agressor ainda feriu três pessoas, incluindo um policial, antes de cometer suicídio. A mulher, atacada pela primeira vez poucos dias antes do assassinato, havia fugido para a casa de primos, mas acabou sendo encontrada e depois sequestrada pelo assassino.

Segundo a mídia bósnia, cerca de 12 mil de internautas teriam acompanhado a live e alguns deles teriam até dado apoio ao assassino. O Instagram ainda não se pronunciou sobre o caso, nem comentou a falta de moderação sobre o conteúdo que permaneceu vários minutos em transmissão na rede social.

Protesto pede qualificação de crime de feminicídio 

Os manifestantes seguravam cartazes com mensagens como "Pare com o feminicídio", "Diga não à violência" e "Silêncio é cumplicidade". 

A prefeita de Sarajevo, Benjamina Karic, se pronunciou nesta terça-feira (15): "Exigimos que o feminicídio seja qualificado como um ato criminal especifico. As leis da Bósnia Herzegóvina precisam reconhecer e definir claramente o feminicídio. Exigimos que o feminicídio seja tratado como uma forma específica de assassinato."

Para os manifestantes, a sociedade bósnia, considerada muito patriarcal, está em questão. Até juízes e policiais fecham os olhos para essa violência. Os manifestantes falaram de outro caso feminicídio, cometido depois do acusado ter sido denunciado 150 vezes à polícia.

No país, 48% das mulheres já sofreram algum tipo de violência cometida por parceiro, enquanto cerca de 20 mulheres morreram nos últimos dois anos.

(Com AFP)

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