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França anuncia demissão e suspensão de profissionais da saúde sem vacina

Segundo o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, após a entrada em vigor da obrigatoriedade da vacinação para a categoria nesta quarta-feira (15), anunciada há dois meses pelo governo, cerca de 3.000 suspensões e dezenas de demissões foram confirmadas nesta quinta-feira (16).

Profissionais de saúde de Lyon protestaram contra a obrigação da vacinação anticovid nesta terça-feira (14), diante da sede da Agência Regional de Saúde.
Profissionais de saúde de Lyon protestaram contra a obrigação da vacinação anticovid nesta terça-feira (14), diante da sede da Agência Regional de Saúde. AFP - JEFF PACHOUD
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De acordo com Véran, as suspensões envolvem principalmente profissionais que trabalham fora dos hospitais, como casas de repouso para idosos ou estabelecimentos para deficientes físicos. O número corresponde a um total de 2,7 milhões de assalariados, acrescentou, em entrevista à rádio francesa RTL. O atendimento dos pacientes não foi afetado.

O ministro afirmou que as suspensões são "temporárias" e afetam principalmente pessoas que trabalham nos setores administrativos. Ele afirma que há poucos médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e outras profissões da saúde que recusaram a vacinação, que é obrigatória também para profissionais liberais, bombeiros, e motoristas de ambulância. Muitos preferiram, entretanto, perder o trabalho e abdicar das injeções. 

De acordo com dados da Santé Publique France, agência francesa de vigilância sanitária, até o dia 12 de setembro 89,3% dos profissionais que trabalham em instituições para pessoas idosas dependentes tinham recebido pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19. Os trabalhadores da categoria que se recusam a receber o imunizante não poderão mais exercer sua atividade, segundo a lei votada pelo Parlamento francês em 5 de agosto. 

O organismo que representa os diretores das casas de repouso para idosos na França, e o sindicato dos cuidadores a domicílio, pediu nesta quarta-feira, em um comunicado, que o governo seja "pragmático" e apresente soluções para as suspensões, que podem "comprometer a segurança dos pacientes mais velhos." A estimativa é que entre 1 e 2% dos contratos sejam cancelados nos próximos dias, segundo Florence Arnaiz-Maumé, secretária-geral do Synerpa, que representa as instituições privadas para idosos.

Responsabilidade coletiva

O porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, elogiou, na saída do Conselho de Ministros desta quinta-feira (16), "a imensa maioria dos profissionais que optou pela responsabilidade e a proteção coletiva." Para o presidente da Federação Francesa dos Hospitais, Frédéric Valletoux, "alguns profissionais da saúde vão instrumentalizar casos particulares para fazer a opinião pública acreditar que eles são muitos", disse. Valletoux afirma que, de cerca de 1 milhão de agentes, há "algumas centenas, ou talvez milhares", que recusam a vacinação.

Em Montélimar, no sul do do país, a medida do governo já afeta o hospital público da região, que precisou cancelar cirurgias não-urgentes por conta da ausência de três anestesistas. De acordo com o diretor-adjunto do estabelecimento, Philippe Charre, outros três alergologistas não foram trabalhar, por se oporem à obrigatoriedade da vacinação. Em Lille, no norte do país, cerca de 300 pessoas manifestaram na frente da Agência Regional da Saúde contra a suspensão dos profissionais. Em Paris, a AP-HP, organismo que coordena rede hospitalar pública de Paris, informou que 99% de seus funcionários estão vacinados.

(Com informações da AFP)

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