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Com aumento de atos antissemitas, "judeus da Europa vivem de novo com medo”, diz Comissão Europeia

A Comissão Europeia condenou, neste domingo (5), o aumento de atos antissemitas no continente desde o início do conflito entre o movimento islâmico palestino Hamas e Israel, em 7 de outubro. De acordo com a Comissão, “os judeus da Europa hoje vivem de novo com medo”.

Visitante observa muro com nomes de judeus deportados para os campos de concentração nazistas, na Segunda Guerra Mundial, no Memorial do Holocausto, em Paris.
Visitante observa muro com nomes de judeus deportados para os campos de concentração nazistas, na Segunda Guerra Mundial, no Memorial do Holocausto, em Paris. AFP/Eric Feferberg
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“O número de incidentes associados ao antissemitismo em toda a Europa atingiu, nos últimos dias, níveis excepcionalmente altos e nos lembra algumas das épocas mais sombrias da História”, escreveu a Comissão Europeia, em um comunicado divulgado neste domingo.

“Nesses tempos difíceis, a UE está ao lado de suas comunidades judaicas. Condenamos veementemente esses atos repugnantes. Eles vão contra tudo o que a Europa representa, nossos valores fundamentais e nosso modo de vida”, acrescenta o texto.

“Esses atos são contrários ao modelo de sociedade europeu, baseado na igualdade, inclusão e total respeito aos direitos humanos. Ninguém deveria viver com medo de discriminação ou violência devido à sua religião ou identidade, seja judeu, muçulmano ou cristão”, acrescenta o comunicado. 

O texto cita alguns dos incidentes ocorridos nos países europeus desde o início do conflito na Faixa de Gaza.

Entre eles, coquetéis Molotov lançados em uma sinagoga na Alemanha, pichações de estrelas de Davi em prédios na França, profanação de um cemitério judaico na Áustria, ataques a lojas e sinagogas na Espanha e slogans antissemitas entoados durante manifestações.

“Precisamos combater o aumento do antissemitismo e do ódio contra os muçulmanos, que testemunhamos nas últimas semanas, e que não têm lugar na Europa”, escreveu a  Comissão.

“O direito da UE criminaliza a incitação pública ao ódio e à violência e estabelece uma abordagem comum para combater discursos de ódio e crimes racistas e xenófobos: garantir sua aplicação rigorosa é mais importância do que nunca”, destaca o executivo europeu.

Além de sua estratégia contra o antissemitismo implementada em 2021, Bruxelas lembra também que endureceu a regulamentação das plataformas de internet para combater discursos de ódio ou desinformação online.

Casos crescem na França

Na França, desde o dia 7 de outubro, foram registrados 857 atos antissemitas em três semanas, o equivalente a “todo o ano de 2022”, declarou o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, na terça-feira (31).

O secretário de Segurança Pública de Paris, Laurent Nuñez, disse neste domingo que só no último mês na região metropolitana de Paris foram contabilizados 257 atos antissemitas

Pichações de caráter antissemita também foram descobertas nos muros de várias escolas em Estrasburgo, no leste da França, segundo a polícia.

Jovem deixa hospital

A jovem de família judaica esfaqueada no sábado (4) em sua casa em Lyon, no centro-leste da França, recebeu alta do hospital e pode retornar para casa, informou no domingo seu advogado.

O Ministério Público de Lyon (sudeste) anunciou no sábado (4) a abertura de um inquérito por 'tentativa de homicídio' com possível 'motivo antissemita'. O suspeito da agressão continua solto.

Os ferimentos da vítima 'exigiram pontos', afirmou seu advogado. Segundo ele, a jovem foi ouvida pelos investigadores e prestou queixa enquanto estava hospitalizada.

"Enquanto as investigações não forem concluídas devemos agir com cautela e determinação'" enfatizou, acrescentando que a investigação em curso da polícia "corroborará o caráter antissemita ou não" da agressão.

De acordo com ele, a vítima está em processo de divórcio e não conhecia seu agressor. Ele tocou a campainha de sua casa no sábado no início da tarde e, sem dizer uma palavra, "deu dois golpes de faca no abdômen dela." Uma faca foi encontrada no local, assim como uma suástica na porta.

O Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (Crif) da região Auvergne Rhône-Alpes, cuja capital é Lyon, condenou a agressão, pedindo "cautela" sobre seu potencial caráter antissemita.

Com informações da AFP

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