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Itália: pobreza extrema aumenta 5% em 2022, primeiro ano de governo de extrema direita de Meloni

O Instituto Italiano de Estatística (Istat), acaba de divulgar o seu relatório sobre a pobreza em Itália em 2022, o primeiro ano do governo de coalizão de direita e extrema-direita liderado por Giorgia Meloni. Os números da pobreza absoluta são alarmantes. Especialmente porque o chamado rendimento de cidadania, uma espécie de auxílio financeiro social, vai ser abolido a partir de 2024.  

Primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, em foto de arquivo, em Malta, 29/09/23.
Primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, em foto de arquivo, em Malta, 29/09/23. AP - Rene Rossignaud
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Anne Le Nir, correspondente da RFI em Roma

Existem 5,6 milhões de residentes na Itália que caíram na pobreza extrema, ou seja, não conseguem suprir suas necessidades básicas. Entre eles, há 1,27 milhão de menores de idade. Esse total de 5,6 milhões de pessoas corresponde a 9,6% da população. De acordo com o relatório do Instituto Nacional de Estatística italiano para o ano de 2021, isso significa um aumento de 5% em 2022.

Não é novidade que é no sul do país, economicamente desfavorecido, que se encontra o maior número de famílias que já não conseguem suprir as necessidades básicas. Além disso, a pobreza absoluta afeta principalmente os imigrantes, os jovens à procura de trabalho e os agregados familiares com mais de 65 anos.

Inflação galopante

Entre os principais fatores que levaram ao agravamento da pobreza está, em primeiro lugar, a forte aceleração da inflação. O índice de quase 9% reduziu drasticamente o poder de compra. A isso somam-se as dificuldades de se encontrar um emprego estável e o nível de escolaridade baixo: menos de 30% dos italianos entre 25 e 34 anos têm pelo menos um diploma universitário, em comparação com a média europeia de 46%. Pode-se acrescentar a isso os aluguéis e o aumento vertiginoso das contas de luz e gás.

O governo Meloni garante que uma de suas principais prioridades é a de ajudar famílias com crianças. Mas ainda é muito cedo para saber se as novas medidas planejadas para 2024 possibilitarão aliviar a pobreza, especialmente porque o orçamento financeiro de 2024 ainda não foi adotado pelo Parlamento.

A chamada renda da cidadania, benefício que representou um amortecedor social para quase 4 milhões de pessoas, será definitivamente abolido em 1º de janeiro de 2024. No entanto, o novo subsídio, chamado "verificação de inclusão", terá um alcance e duração muito mais limitados, sinais de que a Itália não caminha em direção de um desenvolvimento mais equitativo e sustentável.

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