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Na Alemanha, rei Charles III lamenta volta do “flagelo" da guerra na Europa e encontra refugiados

A segurança da Europa e seus "valores democráticos" se encontram ameaçados pela invasão russa da Ucrânia pela Rússia, advertiu o rei Charles III, do Reino Unido, em um discurso no Parlamento alemão nesta quinta-feira (30), na sua primeira viagem internacional desde que ascendeu ao trono.

Na capital alemã, o rei Charles III, da Inglaterra, destacou que tanto a Alemanha quanto o Reino Unido permanecem unidos à Ucrânia em sua luta contra a invasão russa.
Na capital alemã, o rei Charles III, da Inglaterra, destacou que tanto a Alemanha quanto o Reino Unido permanecem unidos à Ucrânia em sua luta contra a invasão russa. AP - Matthias Schrader
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O discurso de 30 minutos no Bundestag foi quase todo pronunciado em alemão. O rei lamentou o retorno do "flagelo" da guerra na Europa, e disse que o conflito na Ucrânia causou "dor inimaginável a tantos inocentes".

Destacando o "importante papel" de seu país e da Alemanha no apoio a Kiev, especialmente no plano militar, Charles III elogiou a decisão alemã de entregar armamento pesado aos ucranianos. Desde os horrores praticados pelo nazismo, Berlim é declaradamente pacifista e hesitou, por muito tempo, a dar esse passo.

"A decisão da Alemanha (...) é corajosa, importante e bem-vinda", saudou o monarca. "Estamos chocados com a terrível destruição [na Ucrânia]. Mas o mundo não ficou de braços cruzados (...) Podemos perceber valor na nossa união", frisou o soberano.

Rei desde setembro, Charles III é o primeiro monarca a se dirigir aos deputados alemães dentro do Bundestag, onde foi ovacionado.

Depois do Brexit, reaproximação com a Europa

A visita de três dias é sua primeira viagem ao exterior como soberano e, apesar do Brexit, é percebida como uma forte sinalização da vontade do Reino Unido de manter estreitos vínculos com o restante da Europa.

Inicialmente, o monarca visitaria primeiro a França e depois a Alemanha, mas a viagem a Paris foi cancelada devido aos protestos e greves contra a impopular reforma da Previdência promovida pelo governo de Emmanuel Macron.

Na noite de quarta-feira, em um jantar em sua homenagem organizado pelo presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, no Palácio Bellevue, em Berlim, Charles III prometeu fazer "todo o possível" em seu reinado para reforçar as relações bilaterais. Antes, foi recebido pelo chefe do governo, Olaf Scholz, e pela prefeita da capital, Franziska Giffey.

Encontro com a população e refugiados

Como príncipe herdeiro, Charles III já havia discursado na Câmara Baixa da Alemanha em novembro de 2020, por ocasião do Dia do Armistício, em um gesto bastante simbólico para destacar a reconciliação do Pós-Guerra entre os dois países.

Na quarta-feira, o monarca e a rainha consorte, Camilla, foram recebidos no Portão de Brandemburgo por uma multidão de alemães. Depois de horas de espera, centenas de admiradores da família Windsor, ou apenas curiosos, puderam ver de perto o casal real, que apertou a mão de muitos deles e até conversou com alguns.

Bandeiras britânicas foram hasteadas na famosa avenida Unter den Linden em homenagem a esta visita, uma ocasião solene para celebrar a relação de amizade entre os dois países.

O chefe de Estado alemão, Steinmeier, saudou a visita de Charles III como "um importante gesto europeu", apenas seis anos depois de Londres ativar o mecanismo para deixar a União Europeia. Embora tenha se referido à data como "um dia triste", Steinmeier disse estar aliviado por ver que os laços entre Reino Unido e Alemanha continuam sólidos, apesar do Brexit.

"Hoje, seis anos depois de o Reino Unido começar a deixar a União Europeia, abrimos um novo capítulo nas nossas relações", declarou Steinmeier, em seu discurso de boas-vindas no Palácio Bellevue.

Depois do Bundestag, Charles III visitou um centro de acolhimento de refugiados ucranianos instalado no antigo aeroporto de Tegel, na zona oeste da capital. Ainda nesta tarde, ele se reúne com um batalhão germano-britânico e irá a uma "ecocidade" em Brodowin, a cerca de uma hora de Berlim.

Na sexta-feira (31), último dia da viagem, o rei segue para a cidade portuária de Hamburgo, onde visitará um projeto de energia renovável.

(Com AFP)

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