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Crescem temores sobre setor bancário, após acionista descartar resgate do Credit Suisse

As bolsas voltaram a cair na quarta-feira (15) com o retorno dos temores ligados ao setor bancário e em particular ao Credit Suisse, depois que seu principal acionista descartou um resgate do banco em dificuldade. O governo francês tentou mostrar tranquilidade, mas pediu à Suíça que resolva o problema. 

A logomarca do Credit Suisse em Zurique, na Suíça, em 10 de agosto de 2014.
A logomarca do Credit Suisse em Zurique, na Suíça, em 10 de agosto de 2014. AP - Steffen Schmidt
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Percebida como o ponto fraco do setor bancário na Suíça, o Credit Suisse viu a cotação de suas ações cair até 30%, atingindo um novo mínimo histórico de 1,55 francos suíços, apesar das tentativas de seu presidente, Axel Lehmann, de tranquilizar os mercados.

Durante uma conferência para o setor bancário na Arábia Saudita, Lehmann garantiu que o banco não precisa de ajuda do governo. "Isso não está em questão", declarou, sublinhando que o banco conta com "dividendos sólidos", sem no entanto conseguir tranquilizar os mercados.

Após essas declarações públicas, o banco, as autoridades financeiras e o governo permaneceram em silêncio durante todo o dia. No entanto, a preocupação vai além das fronteiras da Suíça.

A primeira-ministra francesa Elisabeth Borne pediu às autoridades suíças que resolvam os problemas do Credit Suisse.

"Este assunto é da responsabilidade das autoridades suíças. Deve ser resolvido por elas", afirmou perante o Senado a primeira-ministra francesa, que também tentou tranquilizar os mercados. “Estamos muito vigilantes, mas a situação é muito diferente do que tivemos em 2008", disse. "Desde então, muitas regras de precaução foram adotadas para todos os bancos da zona do euro", recordou.

Nervosismo dos mercados

Sinais de grande nervosismo entre os investidores podiam ser lidos em todos os mercados: petróleo no nível mais baixo desde dezembro de 2021, taxas de juros em queda acentuada, dólar em alta e onda de volatilidade.

As bolsas se mantiveram particularmente bem nos últimos quatro meses, quando os bancos centrais aumentaram as taxas de juros para conter uma inflação forte e persistente. Mas a incerteza se instalou na semana passada após várias falências de bancos americanos.

A queda histórica das ações do Credit Suisse, de 30,13% no início da tarde, piorou a situação na quarta-feira, depois que o principal acionista do grupo suíço, o Saudi National Bank, descartou investir mais para apoiar o banco em dificuldade. Em efeito dominó, as ações dos bancos europeus desabaram.

As medidas das autoridades americanas e as garantias dos governos europeus sobre a solidez do sistema bancário após a falência do Silicon Valley Bank (SVB) conseguiram estabilizar um pouco os mercados na terça-feira (14). Mas "os temores sobre a solidez do setor" persistem e "a sombra do colapso do SVB ainda paira", disse Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown, empresa de serviços financeiros.

O Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz não descartou outras falências em entrevista à AFP na quarta-feira.

(Com informações da AFP)

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