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Emoção e lágrimas marcam último adeus dos britânicos à rainha Elizabeth II

A partir da noite desta quarta-feira (14), os britânicos podem dar o último adeus à rainha que esteve à frente do Reino Unidos nos últimos 70 anos. Ao deixarem o palácio de Westminster, onde o caixão com o corpo de Elizabeth II estará exposto até a manhã de segunda-feira (19), muitas pessoas enxugam as lágrimas.  

Pessoas deixam o Palácio de Westminster depois de dar adeus à rainha no Westminster Hall, em Londres, quinta-feira, 15 de setembro de 2022.
Pessoas deixam o Palácio de Westminster depois de dar adeus à rainha no Westminster Hall, em Londres, quinta-feira, 15 de setembro de 2022. AP - Markus Schreiber
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Para a maior parte daqueles que esperaram horas na fila para este momento, Elizabeth foi a única rainha que tiveram durante toda a vida. Depois de aguardar 18 horas do lado de fora e apenas um em frente ao caixão, Polly contou à RFI que “por Elizabeth II, valia a pena”.

“Quando você entra, é magnífico. Nós estávamos todos em frente a ela, às lagrimas, sem dizer nada. Não era o momento de falar”, disse a inglesa.

Logo atrás, Dorian, um dos primeiros a entrar no local, se recuperava da emoção. “Não foi nenhum sacrifício, comparado ao que ela deu ao nosso país nos últimos 70 anos. Eu teria esperado mais 24 horas se fosse preciso”, afirmou. “Era uma mulher honesta, boa, que nunca falou nada de mal de quem quer que seja. O mínimo que eu posso fazer é vir aqui e homenageá-la.”

Adeus a Elizabeth II é marcado pela emoção. (15/09/2022)
Adeus a Elizabeth II é marcado pela emoção. (15/09/2022) AP - Markus Schreiber

O público passa dos dois lados do caixão, coberto pelo estandarte real e flores, e mantém uma distância de cerca de dois metros, enquadrada pela guarda real. A maioria das pessoas percorrem o trajeto com os olhos avermelhados pelas lágrimas, relatam os enviados especiais da RFI, Emeline Vin e Daniel Vallot. A maior parte também veste roupas confortáveis, escolhidas para enfrentar a espera à noite e sob a chuva.

Martin, um senhor de idade, escolheu um elegante terno de três peças e gravata para a ocasião excepcional. “Eu sei que ela já tinha 96 anos, mas eu achava que ela aguentaria mais vários anos. Estar na frente do seu caixão é uma experiência única, emocionante”, contou. “Foi difícil, mas eu pensei em algumas palavras na minha cabeça, para dizer adeus e obrigado por tudo que ela fez pelo nosso país.”

Celular proibido

Kean foi com a esposa e a filha ao encontro da soberana. “Nós acompanhamos tudo pela televisão. Mas aqui, participamos realmente do luto de toda a nação. É triste, claro, mas é também uma forma de celebrar a vida incrível que a rainha teve”, sublinha o pai de família.

O uso de celulares está proibido dentro do local. “Eu vi toda a procissão, o caixão e, atrás, o rei Charles, a princesa Anne, o príncipe Andrew e o príncipe Edward. Mas não consegui ver o príncipe Harry. Eu estava muito ocupada filmando tudo no telefone”, disse outra participante, Barbara, ao contar o momento da chegada do caixão a Westminster Hall, a área mais antiga do Parlamento, uma sala majestosa do século XI que é o berço institucional do Reino Unido. “Vou olhar tudo quando eu chegar em casa”, afirmou.

Público espera horas na fila para se aproximar do caixão da rainha Elizabeth II, no Westminster Hall, em Londres.
Público espera horas na fila para se aproximar do caixão da rainha Elizabeth II, no Westminster Hall, em Londres. AP - Ben Stansall

Espera-se que até um milhão de pessoas poderão ir pessoalmente se despedir da rainha, além das autoridades aguardadas para o funeral. A cerimônia será na Abadia de Westminster e o sepultamento na capela George VI do Castelo de Windsor.

Mais de 100 chefes de Estado e de Governo e outras personalidades devem comparecer ao "funeral do século", como o presidente americano, Joe Biden, o brasileiro Jair Bolsonaro, o rei da Espanha, Felipe VI, e o imperador do Japão, Naruhito.

Folga para Charles III

Elizabeth II faleceu na quinta-feira da semana passada, 8 de setembro, aos 96 anos. Ela foi sucedida por seu filho, Charles III.

Ele tem, nesta quinta-feira (14), seu primeiro dia sem compromissos oficiais desde a morte da mãe. O monarca passará o dia em sua residência de campo de Highgrove, após os primeiros dias de reinado, que provocaram polêmica por suas demonstrações de irritação.

Imagens divulgadas na terça-feira mostraram o novo rei inconformado com uma caneta utilizada para assinar um livro de honra que parecia perder a tinta. "Oh, Deus, eu odeio isso! (...) Eu não aguento essa maldita coisa", disse Charles III.

Com informações da AFP

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