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A última procissão da rainha: corpo de Elizabeth II chega a Westminster para homenagem popular

O tráfego aéreo sobre Londres foi limitado nesta quarta-feira (14) para garantir o silêncio no centro da capital britânica durante uma procissão que acompanhou o caixão da falecida rainha Elizabeth II, e espera-se mais perturbações no tráfego para o funeral na segunda-feira (19). O caixão deixou o Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha em Londres durante sete décadas, e chegou ao Parlamento para uma grande homenagem popular, na última etapa do longo adeus antes do funeral. 

O caixão da Rainha Elizabeth II é transportado dentro do Westminster Hall em Londres, quarta-feira, 14 de setembro de 2022. A Rainha permanecerá no local por quatro dias antes de seu funeral na segunda-feira, 19 de setembro. (AP Photo/Nariman El-Mofty, Pool)
O caixão da Rainha Elizabeth II é transportado dentro do Westminster Hall em Londres, quarta-feira, 14 de setembro de 2022. A Rainha permanecerá no local por quatro dias antes de seu funeral na segunda-feira, 19 de setembro. (AP Photo/Nariman El-Mofty, Pool) AP - Nariman El-Mofty
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Com pontualidade britânica, a comitiva que acompanha o caixão, coberto com o estandarte real, flores e a coroa imperial, saiu às 14h22 (10h22 de Brasília) de Buckingham com destino ao Palácio de Westminster.

O caixão, colocado em uma montaria especial, puxada por cavalos, percorreu as ruas lotadas de Londres, seguido a pé por Charles III e seus irmãos Anne, Edward e Andrews, assim como pelos filhos do novo monarca, William e Harry, juntos e acompanhados de suas esposas, logo atrás de seu pai.

O cortejo foi acompanhado por uma banda da Guarda Escocesa e a banda da Guarda de Granadeiros, que interpretaram as marchas fúnebres de Beethoven, Mendelssohn e Chopin, além do terceiro movimento da Sonata nº 2 de Chopin para piano, também interpretada nos funerais dos primeiros-ministros britânicos Winston Churchill e Margareth Thatcher.

O trajeto de 38 minutos e quase 15 quilômetros foi acompanhado a cada 60 segundos por uma salva de canhão do Hyde Park e pelo som dos sinos do Big Ben, uma homenagem à monarca mais longeva do Reino Unido.

O velório de Elizabeth II, que faleceu na quinta-feira (8) aos 96 anos, abrirá as portas às 17h (13hde Brasília) no Westminster Hall, onde os cidadãos poderão prestar a última homenagem antes do funeral de Estado e do sepultamento.

750.000 pessoas

A imprensa britânica especula que quase 750.000 pessoas devem passar pelo local para a despedida da rainha, o que significará filas de quase 10 quilômetros às margens do rio Tâmisa dia e noite até 19 de setembro.

Na manhã desta quarta-feira, os primeiros da fila estavam com cobertores, cadeiras de camping, barracas e capas de chuva, sinais de que passaram a noite no local. Outras pessoas começaram a chegar ao local, diante do olhar atento dos policiais.

"Eu trouxe um saco de dormir, muita água e frutas. Um amigo vai me trazer comida. Vim para prestar homenagem à Rainha. Que tenha granizo, neve, sol ou furacao, estarei aqui", disse Steven, de 61 anos, ouvido pela RFI. Ele era o oitavo da fila. 

"A noite foi bastante úmida, fria e molhada, mas eu tenho uma pequena cadeira e um guarda-chuva grande, então fiquei bem seco. Melhor que os outros!", brincou Dan Ford, policial aposentado de 52 anos, que chegou na terça-feira (13) à tarde com luvas e gorro.

Na terça-feira, milhares de pessoas desafiaram a chuva para acompanhar, com aplausos e as lanternas dos celulares, a chegada do caixão a Buckingham. Quase 33.000 pessoas passaram pela câmara-ardente instalada em Edimburgo, capital da Escócia.

 As autoridades pediram às pessoas em Londres que usem roupas "adequadas" e alertaram que a espera pode demorar muitas horas, inclusive a noite inteira. O público só poderá entrar no local com uma pequena mochila, mas sem água ou comida.

 "Funeral do século"

O rei britânico Charles III (esquerda), na frente de seu filho, o Príncipe de Gales, William, e seu irmão Harry, atrás de seu irmão Andrew, acompanham o caixão de Elizabeth II, durante uma procissão de Buckingham até Westminster Hall, em Londres, quarta-feira, 14 de setembro de 2022.
O rei britânico Charles III (esquerda), na frente de seu filho, o Príncipe de Gales, William, e seu irmão Harry, atrás de seu irmão Andrew, acompanham o caixão de Elizabeth II, durante uma procissão de Buckingham até Westminster Hall, em Londres, quarta-feira, 14 de setembro de 2022. AP - Daniel Leal

Hotéis lotados, sistema de transporte perturbado, pubs repletos: a capital britânica se prepara para a grande homenagem popular, que terminará na segunda-feira às 6h30 (02h30 de Brasília), antes do "funeral do século" na Abadia de Westminster.

Mais de 100 chefes de Estado e governo devem comparecer ao funeral, incluindo o presidente americano, Joe Biden, o rei da Espanha, Felipe VI, o imperador do Japão, Naruhito I, e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e Nicarágua, Daniel Ortega, não foram convidados ao funeral, afirmou uma fonte governamental à agência de noticias britânica Press Association, somando-se a outros governantes como o presidente russo Vladimir Putin e seu colega bielorrusso.

Embora um documento do governo britânico que vazou para a imprensa tenha dado a entender que as autoridades teriam que pegar um ônibus para seguir até a abadia, os organizadores explicaram que os aliados mais próximos do Reino Unido poderão usar seus próprios meios de transporte.

O enterro da soberana que conheceu 15 primeiros-ministros - o primeiro, Winston Churchill, nascido em 1874 e a atual, Liz Truss, nascida em 1975 - acontecerá no mesmo dia no Castelo de Windsor em uma cerimônia privada, confirmando o fim de uma era.

Ao mesmo tempo, Charles III assume o poder, mas seus primeiros passos também provocam polêmica, como durante a visita de terça-feira à Irlanda do Norte, parte de uma viagem pelas nações do Reino Unido que terminará na sexta-feira (16) em Gales.

Imagens divulgadas mostraram o novo rei irritado com uma caneta utilizada para assinar o livro de honra que parece perder a tinta. "Oh, Deus, eu odeio isso! (...) Eu não aguento essa maldita coisa"", disse o monarca. Os vídeos viralizaram nas redes sociais. 

(Com AFP)

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