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Rússia quer interrogar o opositor Alexei Navalny em hospital na Alemanha

A polícia russa anunciou nesta sexta-feira (11) que quer interrogar, na Alemanha, o opositor russo Alexei Navalny, vítima de envenenamento por um agente nervoso, segundo Berlim. Apesar das ameaças de sanções, Moscou continua a ignorar os apelos ocidentais por um esclarecimento imediato do caso e considera as acusações infundadas.

Alexeï Navalny saiu do coma artificial. Segundo Berlim, ele foi envenenado na Sibéria.
Alexeï Navalny saiu do coma artificial. Segundo Berlim, ele foi envenenado na Sibéria. AFP/File
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Com a saída de Navalny do coma, o Ministério do Interior russo afirma que vai pedir para que "os agentes russos possam participar das apurações feitas pelos investigadores alemães" e "fazer-lhe perguntas".

O opositor do Kremlim continua hospitalizado na Alemanha. A Rússia solicitou que Berlim entregue todo o prontuário sobre o adversário, incluindo as análises de laboratório do exército, que identificaram uma substância como o "Novichok", um agente nervoso militar desenvolvido pela União Soviética, no corpo de Navalny.

As autoridades russas insistem que as suas análises, realizadas durante a hospitalização de Alexei Navalny em Omsk (Sibéria), antes de sua transferência para a Alemanha, não revelaram a presença de qualquer substância tóxica. Moscou questiona repetidamente a veracidade das informações alemãs.

"Não pode haver processo penal (na Rússia) com base em análises feitas pelo lado alemão, especialmente porque foram feitas em um laboratório do exército alemão", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta sexta-feira. Para o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, a Alemanha "esconde cuidadosamente" os dados que diz ter.

Rússia nega acusações

Não é a primeira vez que a Rússia fica na berlinda, depois que vários oponentes ou adversários do Kremlin foram envenenados. Os últimos anos mostram alguns exemplos e, a cada vez, a Rússia rejeita as acusações contra ela, enquanto as potências ocidentais dizem ter provas irrefutáveis.

O agente nervoso Novichok já foi usado contra o ex-agente duplo russo Sergei Skripal e sua filha, Yulia, em 2018, na Inglaterra. O principal suspeito é o serviço conhecido pela siga GRU, a inteligência militar russa, de acordo com as autoridades britânicas.

Nos últimos anos, Alexei Navalny tornou-se um dos principais oponentes do Kremlin, publicando investigações sobre a corrupção das elites russas e dos próximos do presidente Vladimir Putin. No cenário político, sua organização, o Fundo Anticorrupção, atua nas eleições locais e regionais a fim de apresentar ou apoiar candidatos com chances de vencer os detentores do poder.

A estratégia teve sucesso em setembro de 2019, especialmente durante a eleição para o parlamento de Moscou. Os apoiadores de Navalny esperam repetir a experiência.

 

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