Navalny, opositor que teria sido envenenado pela Rússia, sai do coma induzido
O líder opositor russo Alexei Navalny, envenenado na Rússia de acordo com a Alemanha, saiu do coma induzido e vai deixar de usar o respirador artificial "por etapas", anunciou nesta segunda-feira (7) o Hospital de la Charité, em Berlim.
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O Kremlin denunciou nesta segunda-feira as acusações. "Todas as tentativas de associar a Rússia de alguma maneira com o que aconteceu são inaceitáveis para nós e totalmente absurdas", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O governo alemão e outros países ocidentais acusam as autoridades russas e pedem explicações. O conflito ficou ainda mais tenso no domingo, quando a Alemanha apresentou à Rússia um ultimato de alguns dias para "explicar o ocorrido". Moscou critica Berlim por "adiar o processo de investigação" ao não transmitir os documentos do caso às autoridades russas.
De acordo com Peskov, Moscou ainda não recebeu os elementos, mas espera que Berlim providencie todas as informações necessárias à Rússia nos próximos dias. "Estamos esperando com impaciência", completou.
Nord Stream 2 ameaçado
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta segunda-feira que não descarta medidas contra o projeto do gasoduto Nord Stream 2 se Moscou não apresentar as respostas esperadas sobre o envenenamento de Alexei Navalny.
"A chanceler considera que seria um erro descartar a possibilidade", respondeu o porta-voz da chefe de governo, Steffen Seibert, ao ser questionado se Merkel tentaria evitar que o projeto de gasoduto fosse afetado em caso de sanções contra a Rússia.
No domingo, o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, também disse que "seria um erro excluir a priori" consequências para o Nord Stream 2, que deve fornecer gás russo para Alemanha e Europa. Mas deu a Moscou um prazo de alguns dias para "ajudar a explicar" o que aconteceu com Navalny.
"Caso contrário, teremos que discutir uma resposta com nossos sócios europeus", advertiu Maas. A Alemanha preside atualmente o Conselho da União Europeia. Ele disse que em caso de sanções, estas devem ser "seletivas" e mencionou em particular o possível bloqueio do Nord Stream 2.
(Com informações da AFP)
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