Macron e Merkel expressam "forte desacordo" com Trump
No mesmo dia em que recebeu em Paris o presidente americano, Donald Trump, o chefe de Estado francês realizou uma cúpula franco-alemã com a chanceler alemã Angela Merkel. No final da reunião, os dois líderes realizaram uma coletiva de imprensa em que dizem estar alinhados sobre várias questões e compartilham a mesma visão sobre o bilionário, "um forte desacordo".
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"Essa mesma visão das coisas nos leva a concordar, tanto no âmbito europeu como internacional. Temos a mesma visão do livre e justo comércio, para lutar, por um lado, contra o protecionismo e, por outro, contra toda tentação de dumping que pode acontecer internacionalmente", declarou o presidente francês durante a coletiva de imprensa, ao lado de Merkel.
Logo em seguida, a chanceler alemã disse estar consciente de que os Estados Unidos devem se perguntar quais devem ser os benefícios da globalização. Por isso, segundo Merkel, é preciso que os europeus "tomem as rédeas de seus próprios destinos". "Não podemos sempre contar com a ajuda dos outros", reiterou.
"Forte desacordo com Trump"
Segundo o presidente francês, não há divergências entre a França e a Alemanha sobre como tratar Trump. "Tenho um forte desacordo com o presidente Trump, expliquei isso para ele. [O desacordo] é sobre a questão do clima. Eu e a chanceler compartilhamos a mesma opinião", declarou. "Meu desejo é de conseguir convencê-lo", completou.
O presidente americano, Donald Trump, desembarcou nesta quinta-feira na capital francesa. O bilionário e sua esposa, Melania Trump, serão os convidados de honra de Macron durante o tradicional desfile militar de 14 de julho na avenida Champs-Elysées. A data coincide com o centenário da entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial.
A visita do bilionário divide opiniões na França. Alguns deputados dizem que Trump não representa os valores da república francesa. Mas o Palácio do Eliseu alegou que Estados Unidos e França são países aliados.
Já Macron explicou que França e Estados Unidos têm pontos de convergência essenciais. "A luta contra o terrorismo e a proteção de nossos interesses vitais. Seja no Oriente Médio ou na África, nossa cooperação com os Estados Unidos é exemplar", declarou, em entrevista publicada pelo jornal Ouest-France nesta quinta-feira.
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