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Itália: premiê Matteo Renzi formaliza demissão

Nesta quarta-feira (7), como já estava previsto, Matteo Renzi apresentou sua demissão ao presidente Sergio Matarella. Na quinta-feira (8), o chefe de Estado italiano começa as articulações para compor o próximo governo.  

Matteo Renzi anunciou sua demissão do cargo de primeiro-ministro em 7 de dezembro de 2016
Matteo Renzi anunciou sua demissão do cargo de primeiro-ministro em 7 de dezembro de 2016 REUTERS/Alessandro Bianchi
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Matteo Renzi havia prometido se demitir do cargo de primeiro-ministro se os italianos dissessem "não"  à sua proposta de reformar a Constituição, no referendo de domingo passado (4). Com a derrota, ele não teve outra saída senão pedir demissão no dia seguinte. No entanto, o presidente Sergio Matarella solicitou que ele ficasse até ser votado o orçamento de 2017, a fim de evitar uma crise.

Nesta quarta-feira, o Senado aprovou a lei de orçamento para o ano que vem, fundamental para a estabilidade econômica do país. Submetida a um voto de confiança, teve 173 votos a favor, 108 contra e nenhuma abstenção. A aprovação foi o sinal verde para a demissão de Renzi.

O presidente Matarella começa as consultas para a formação de um novo governo nesta quinta-feira. Ele é o único que tem o poder de dissolver o Parlamento, convocar eleições antecipadas e convocar um governo de transição.

A maioria da classe política pede eleições antecipadas, assim como a nomeação de um governo técnico com o objetivo de que a lei eleitoral seja harmonizada, já que a Câmara de Deputados conta com um sistema de votação diferente do Senado, o que complica todo o cenário político. Um enredo complexo sobre o qual a Corte Constitucional, instância que tem a última palavra, deverá se pronunciar no dia 24 de janeiro próximo.

"Eleições já ou iremos à rua para protestar", ameaçou nesta quarta-feira Matteo Salvini, líder da Liga Norte, o partido anti-imigração.

Qual o futuro de Matteo Renzi?

Tudo parece indicar que Renzi quer sair rapidamente do limbo político em que se encontra. Ainda nesta quarta-feira ele presidiu uma delicada reunião do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, do qual continua sendo o secretário-geral. Durante o encontro, será avaliada a profunda divisão interna gerada pelo referendo e a estratégia para o futuro.

A renúncia de Renzi não parece significar sua saída de cena, e fontes da imprensa sustentam que tem planos para o futuro, convencido de que recebeu o apoio de 40% dos eleitores no referendo, no qual encarou sozinho todos os partidos, um capital com o qual conta para as eleições antecipadas.

Segundo observadores, Renzi estaria impaciente para voltar à batalha política o mais rápido possível e espera que sejam convocadas eleições antecipadas para fevereiro ou março, depois que for aprovada uma nova lei eleitoral após a decisão em janeiro da Corte Constitucional.

Ele deverá enfrentar vários obstáculos, entre eles, o seu próprio partido, e embora não tenha dado declarações públicas sobre seus planos deverá seduzir as diversas correntes de sua própria formação, irritada com seu estilo autoritário. O PD, que tem a maioria do Parlamento, pode pedir eleições antecipadas e, neste caso, o presidente Sergio Mattarella teria que convocá-las.
 

 

 

 

 

 

 

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