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Linha Direta

Premiê Matteo Renzi é o grande derrotado nas regionais italianas

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Uma forte abstenção marcou as eleições regionais parciais deste domingo (31) na Itália. Pouco menos de metade dos 22 milhões de eleitores cadastrados foram às urnas nas sete regiões onde aconteceram as eleições. O pleito, que poderia decretar a morte política de Silvio Berlusconi, acabou sendo um golpe duro contra o premiê Matteo Renzi, de centro-esquerda.

Alta abstenção dos eleitores nas eleições regionais e municipais parciais deste domingo na Itália.
Alta abstenção dos eleitores nas eleições regionais e municipais parciais deste domingo na Itália. REUTERS/Ciro De Luca
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Apesar de as projeções mostrarem os candidatos de seu Partido Democrata (PD) à frente em cinco regiões, a direita obteve resultado melhor do que o previsto e fez acender a luz amarela no círculo de Renzi. Apesar de sua popularidade continuar em alta, os italianos mostraram nas urnas o crescimento do ceticismo com relação à União Europeia e da preocupação com a imigração ilegal.

Virada à direita

Esse foi o primeiro pleito desde as Eleições Europeias do ano passado, quando o PD garantiu uma surpreendente vitória. Agora, o partido amarga uma dura derrota para a Liga do Norte, partido de extrema-direita, em Vêneto; e outra derrota em Linguria, para o candidato Giovanni Toti, da Forza Italia de Silvio Berlusconi. Toti é tido como cria do Cavaglieri e sua vitória mostra a força do ex-primeiro ministro de 78 anos.

"A vitória de Giovanni Toti na Ligúria permite que Silvio Berlusconi respire por mais algum tempo", analisa a correspondente da RFI em Roma, Gina Marques. "Ele perdeu prestígio nacional e dificilmente vai reconquistá-lo. Em compensação, a Liga Norte, partido xenófobo de extrema direita guiado por Matteo Salvini se reforçou vencendo a região do Veneto, no nordeste. Enquanto o Movimento 5 Estrelas, do ex-comediante Beppe Grillo, que muitos acreditavam que desapareceria, recuperou popularidade e recebeu muitos votos dos eleitores que quiseram punir Renzi", explica.

Inapresentáveis

Gina observa que as eleições também foram marcadas pelo escândalo dos candidatos "inapresentáveis". "Os candidatos inapresentáveis são aqueles que estão sendo investigados ou processados, portanto não respeitam um código ético". Na última sexta-feira (29), a presidenta da comissão anti-máfia na Câmara, Rosi Bindi (PD), apresentou uma lista com 17 nomes de políticos "ficha-suja". Apesar de os dois serem do mesmo partido, Bindi e Renzi são adversários declarados.

Entre os candidatos do Partido Democrático na lista, está Vincenzo de Luca, que venceu na Campânia (região de Nápoles). Gina explica que o nome de Luca na lista foi particularmente embaraçoso: "ele foi condenado em primeira instância por abuso de poder e deve ser julgado a partir de junho por fraude e associação de malfeitores. No entanto, segundo a lei, ele deve se retirar, pois um condenado não pode concorrer a um cargo público".

O principal impacto das controversas eleições pode recair sobre as reformas propostas por Matteo Renzi. "Tais reformas são severamente contestadas pela oposição, pelos sindicatos e pela própria esquerda do partido", explica Gina.

Para ouvir o Linha Direta com a correspondente Gina Marques, clique no link acima.

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