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Itália

Quem é Virginia Raggi, que pode se tornar 1ª mulher prefeita de Roma

Bem colocada para se tornar a primeira mulher a chegar à prefeitura de Roma, Virginia Raggi é uma advogada de 37 anos e figura ascendente do partido italiano de oposição, Movimento Cinco Estrelas (M5S). Há poucos meses, a candidata populista era desconhecida dos romanos.

Virginia Raggi obteve mais de 35% dos votos no primeiro turno das eleições para a prefeitura de Roma.
Virginia Raggi obteve mais de 35% dos votos no primeiro turno das eleições para a prefeitura de Roma. REUTERS/Tony Gentile
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Nascida em Roma, Raggi entrou para a política somente há cinco anos, seduzida pelo discurso progressista do M5S, que jurou, como outros partidos na Europa, superar a política tradicional.

Eleita vereadora em 2013, a candidata, jurista formada na Universidade de Roma e especializada em propriedade intelectual, foi rapidamente reconhecida por sua eloquência e obstinação.

Grande parte de sua infância no bairro romano de São João de Latrão foi passada estudando, explica em sua página na internet. "Era uma criança curiosa, interessada em muitas coisas, mas sempre me concentrava em meus objetivos, como continuo fazendo até agora. De fato, nunca me faltou determinação."

Nascimento do filho estimulou candidatura

Raggi explica que o nascimento de seu filho, Matteo, a convenceu a atuar diante da degradação da capital, uma situação que incomoda grande parte de seus mais de dois milhões de habitantes. Roma se viu particularmente afetada pela saída do ex-prefeito de centro-esquerda, ligado a um caso de contas falsas, em 2015.

Para pensar na prefeitura, a candidata teve inicialmente que ganhar as primárias do M5S, organizadas na internet, seguindo a filosofia participativa do partido. Como todos os candidatos do M5S, ela teve que assinar um código de boa conduta que a obriga pedir autorização a ao grupo cada vez que nomear um novo colaborador e também de consultá-los para tomar decisões importantes.

Depois de obedecer os pré-requisitos, a candidata investiu em uma campanha que exibiu seu rosto em grandes cartazes no metrô e nos ônibus da capital. Ela obteve sucesso graças ao incômodo da população, cansada de anos de imobilismo e ineficácia da administração local sobre questões como o transporte público.

"Estamos vivendo um momento histórico", disse no domingo após vencer o primeiro turno das eleições municipais em Roma. Apoiada pelo primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, ela obteve mais de 35% dos votos no primeiro turno.

Segundo turno

Raggi terá agora que transformar seu sucesso em vitória no segundo turno, no dia 19 de junho, e logo demonstrar sua aptidão para o cargo. Se conseguir se tornar prefeita, a previsão é que obtenha também a liderança no partido, sobretudo depois que seu fundador, o humorista Beppe Grillo anunciou sua aposentadoria.

Ao que parece, Raggi tem tudo para seduzir os romanos no segundo turno, apesar de sua seriedade durante a campanha. Em um debate na televisão, se manteve com um olhar duro e o rosto fechado às críticas incessantes de seus adversários e não foi até o final que lançou uma mensagem que parece ter atingido muita gente: "Se querem que tudo fique igual, votem neles".

Mas Raggi também terá que convencer os eleitores de sua independência frente ao M5S, um movimento acusado de falta de transparência e onde o grupo de Beppe Grillo acumula muito poder. "É melhor ter quatro ou seis olhos para controlar melhor as coisas (...) mas ser totalmente autônoma", prometeu durante sua campanha.

(Com informações da AFP)

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