Cameron: propostas para que Reino Unido fique na UE são insuficientes
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou nesta sexta-feira (29) que as propostas que chegam de Bruxelas para que o Reino Unido permaneça na União Europeia (UE) "não são suficientemente fortes". Ele se disse animado com o avanço das negociações, mas destacou que ainda falta "força" nas ofertas do bloco europeu.
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"Estou animado porque as ideias levantadas têm um pouco de força", mas "não são suficientemente fortes", disse Cameron, em Bruxelas, em uma entrevista à rádio BBC.
O Reino Unido deve realizar um referendo sobre a questão até o final de 2017. Cameron se reuniu com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker para tratar da questão. No domingo, será a vez de o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ir a Londres para se reunir com o primeiro-ministro britânico.
"É encorajador que instituições como a Comissão Europeia venham com novas ideias, mas ainda falta muito até ver algo com que possamos estar de acordo", afirmou o primeiro-ministro, que se reunia com o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker.
Exigência delicada para diminuir a imigração
Cameron exigiu quatro reformas na União Europeia para tomar a sua decisão e recomendar aos britânicos que permaneçam no bloco. As demandas britânicas serão discutidas entre todos os países do bloco, em uma cúpula prevista nos dias 18 e 19 de fevereiro em Bruxelas.
O ponto mais delicado e que teve a pior recepção entre seus sócios europeus é o de reduzir as ajudas sociais aos europeus que vivem no Reino Unido. A esperança do governo é diminuir a imigração, mas essa medida é considerada discriminatória pelas lideranças europeias.
Britânicos querem que Reino Unido saia da UE
O número de britânicos favoráveis a uma saída de seu país da União Europeia (UE) aumentou após os atentados de Paris e as agressões na cidade alemã de Colônia. Uma recente pesquisa realizada pelo insituto Survation apontou que 53% da população quer que o Reino Unido deixe o bloco.
A pesquisa destaca a influência dos atentados de Paris, que deixaram 130 mortos e mais de 350 feridos em novembro, e os episódios de violência na noite de Ano Novo em Colônia, quando centenas de mulheres foram agredidas sexualmente, para explicar essa mudança de opinião.
Um total de 34% dos pesquisados afirma que os ataques jihadistas na capital francesa os incitam a votar por uma saída da UE. Já 38% disseram que se tornaram mais favoráveis a votar a favor do "Brexit" (saída do Reino Unido da UE) após os incidentes na Alemanha, onde, segundo a polícia, os agressores da noite da virada seriam em sua maioria homens originários do Norte da África e do Oriente Médio.
(Com informações da AFP)
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