Plano para crise em Calais “é um fracasso”, diz entidade
O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, e sua homóloga britânica, Theresa May, se reuniram nesta quinta-feira (20), em Calais, no norte da França, onde assinaram um acordo para resolver a crise de imigração. Associações de defesa dos imigrantes veem o plano com ceticismo.
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Para François Guennoc, da associação Albergue dos Migrantes, esse acordo está longe de ser satisfatório. “Esse parece ser um reforço do plano que já existe, com o aumento da segurança do porto, do túnel e com a luta contra os traficantes de pessoas”, descreve.
Para o líder da entidade, a única mudança vista desde o início da crise foram a instalação de grades e o aumento do número de policiais. “Esse plano é um fracasso”, diz Guennoc. “As medidas consistem apenas em barrar o migrantes e combater o tráfico de pessoas, mas o acampamento já tem 3 mil pessoas e amanhã terá 4 mil. Continuamos em um impasse”, declarou ele à RFI.
O plano
Durante os meses de julho e agosto, foram registradas milhares de tentativas dos migrantes de Calais de chegar ao Reino Unido atravessando o Eurotúnnel.
Há meses eles vivem na cidade em acampamentos precários na esperança de uma oportunidade de atravessar o Canal da Mancha. Entre as medidas do acordo entre o Reino Unido e a França estão o reforço da segurança do Eurotúnel e do porto de Calais.
Outra medida prevista é o combate às redes de tráfico de pessoas. Já o lado humanitário é pouco mencionado até o momento: não se sabe até agora que decisões serão tomadas na resolução da situação de precariedade desses migrantes que fogem de guerras, perseguições políticas e pobreza em países da África e do Oriente Médio.
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