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Imprensa

Libération traz propostas possíveis e delirantes para a crise dos migrantes de Calais

O jornal francês Libération propõe na edição desta terça-feira (4) soluções para a crise dos migrantes que tentam atravessar clandestinamente o Eurotúnel para chegar ao Reino Unido, a partir da cidade francesa de Calais. A publicação dividiu as propostas em "possíveis", "audaciosas" e "delirantes", a partir de entrevistas com especialistas no tema.

Libération aborda a crise dos migrantes
Libération aborda a crise dos migrantes Reprodução
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Entre as soluções possíveis, o jornal propõe a abertura de um escritório comum de asilo da França e do Reino Unido em Calais. A ideia foi proposta por Pierre Henry, diretor geral da associação France Terre, entrevistado pela publicação. Segundo ele, os britânicos são signatários da convenção de Genebra, que prevê a proteção às vítima de perseguição. A maioria desses migrantes fogem de conflitos em seus países de origem e vêm principalmente da Síria, do Sudão e da Eritrea.

Outra proposta na mesma categoria, que segundo o jornal não tem consenso, é reabrir um centro de acolhimento permanente para os migrantes, que atualmente vivem em acampamentos em situação degradante. O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, é favorável a essa solução e afirmou que o acesso a um teto, mesmo muito simples, é um ponto fundamental. A terceira proposta possível do jornal é acelerar a tramitação dos pedidos de asilo na França, que pode chegar a durar dois anos.

Propostas audaciosas e delirantes

A primeira proposta audaciosa do jornal é uma verdadeira política comum europeia para a imigração, que não se resume a levantar muros. Outra proposta é abrir uma via de imigração legal por meio de vistos pagos. A ideia é fazer com que as pessoas, em vez de gastar fortunas para tentar chegar à Europa, possam comprar uma permissão de trabalho. Quem propõe é Emanuelle Auriol, pesquisadora da Escola de Economia de Toulouse. "Muitos países já colocaram em prática esse tipo de sistema, tendo como exemplos Israel e Jordânia. Eles disponibilizam os vistos de trabalho temporários para empregos pouco qualificados", disse ao Libération.

Entre as soluções batizadas de "delirantes" pela publicação está a proposta do líder do partido de extrema direita britânico Ukip, Nigel Farage, que sugeriu enviar soldados para garantir a segurança no Eurotúnel. O jornal argumenta que, além de os militares não serem formados para manter a ordem, a ação constituiria uma perda de soberania impensável para a França.

Outro delírio vem do político francês Florian Philippot, do vice-presidente do partido de extrema direita Frente Nacional, que diz que a solução é fechar as fronteira e enviar os migrantes de volta para seus países de origem. O Libération argumenta que nenhuma democracia pode enviar um sírio de volta ao seu país destruído pela guerra. O jornal também lembra que os afegãos, sudaneses e eritreus enfrentam perseguições em seus países de origem. Por isso, geralmente, os tribunais europeus invalidam seus pedidos de expulsão.

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