Sobreviventes de naufrágio no Mediterrâneo chegam à Itália
Os sobreviventes do naufrágio que matou mais de 200 pessoas no Mar Mediterrâneo na véspera chegaram nesta quinta-feira (6) à cidade de Palermo, no sul da Itália, a bordo de um navio militar. A Comissão Europeia pediu aos dirigentes do continente que parem de lamentar e passem a atuar para evitar outras tragédias deste tipo.
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O navio militar irlandês "Niamh" atracou no porto siciliano, carregando 360 sobreviventes e 25 corpos. Seis sobreviventes que precisavam de atendimento médico urgente foram levados de helicóptero para a ilha italiana de Lampedusa, a mais próxima da costa africana.
O barco havia zarpado da Líbia com 600 pessoas a bordo, mas, na manhã de quarta-feira, os migrantes emitiram um pedido de socorro porque a embarcação estava sendo inundada e estava parada a 15 milhas da cidade líbia de Zuara, perto da fronteira com a Tunísia. O navio "Niamh", alertado pela Guarda Costeira italiana, chegou ao local no início da tarde.
Quando o navio irlandês se aproximou, a embarcação dos migrantes virou, provavelmente por um movimento de pânico dos passageiros. A operação de emergência, com a participação de sete barcos, vários helicópteros e um drone, permitiu resgatar mais de 360 pessoas.
“Coragem coletiva”
A Comissão Europeia se manifestou sobre o incidente nesta quinta-feira. Em uma nota assinada pelo vice-presidente Frans Timmermans, a alta representante para a Política Externa, Federica Mogherini, e o comissário de Assuntos Internos, Dimitris Avramopoulos, eles alertam que "o que precisamos agora é da coragem coletiva que permita passar das declarações às ações concretas, ou então as palavras soarão ocas".
A nota, em tom duro, também diz: "A imigração não é um tema muito popular. É mais fácil continuar lamentando diante da tela de televisão sobre tais tragédias do que assumir a responsabilidade e atuar”.
A Comissão transmitiu às autoridades europeias uma série de propostas para conter o fluxo de migrantes, impedir que contratem traficantes de seres humanos para atravessar o Mediterrâneo, resgatá-los, recebê-los, tratar dos pedidos de asilo e devolvê-los a seus países caso não possam permanecer na União Europeia (UE).
Os 28 Estados da UE concordaram em reforçar a vigilância das fronteiras marítimas e terrestres do bloco, assim como as medidas para perseguir os traficantes. Mas as propostas para facilitar a imigração econômica foram rejeitadas, assim como as medidas de solidariedade entre países membros para tratar os pedidos de asilo.
(Informações da AFP)
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