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União Europeia/Crise grega

Em dia de cúpula decisiva, pairam dúvidas sobre propostas da Grécia

Os ministros das Finanças da zona do euro começaram a examinar neste sábado (11) o plano de reformas apresentado pela Grécia para desbloquear um novo plano de ajuda ao país. Apesar do otimismo demonstrado na sexta-feira, o resultado do encontro ainda é incerto, a julgar pelas declarações dos participantes na chegada à cúpula.

A diretora geral do FMI, Christine Lagarde, conversa com o ministro grego das Finanças, Euclides Tsakalotos, durante cúpula do Eurogrupo
A diretora geral do FMI, Christine Lagarde, conversa com o ministro grego das Finanças, Euclides Tsakalotos, durante cúpula do Eurogrupo REUTERS/Francois Lenoir
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O ministro alemão das Finanças Wolfgang Schauble, que lidera a linha dura em relação ao governo de Alexis Tsipras, acredita que a credibilidade de Atenas foi irremediavelmente abalada durante as negociações. Apesar da posição favorável dos especialistas da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional, Schauble disse que as resoluções da Grécia estão longe de ser suficientes para a liberação de um terceiro plano de ajuda.

Seu colega holandês e presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse duvidar da capacidade dos gregos de levar adiante as reformas que foram apresentadas por Tsipras e chanceladas pelo Parlamento do país na madrugada deste sábado. "Podemos confiar no governo grego para que faça o que prometeu nas próximas semanas, meses e anos?", perguntou na chegada. Para a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, um acordo dependeria de modificações profundas no texto apresentado pela Grécia.

Quem também evocou as reformas como ponto chave para toda a discussão foi o comissário europeu para Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici. De acordo com ele, se as reformas - que incluem privatizações, aumento de impostos e cortes em aposentadorias - forem aplicadas rapidamente, a ajuda financeira pode ser desbloqueada. Em sua chegada à reunião, a diretora geral do FMI, Christine Lagarde, disse esperar "bastante progresso" na cúpula.

Elo francês

O presidente francês, François Hollande, que se comprometeu pessoalmente com um bom resultado nas negociações, saudou já na sexta-feira o conjunto de reformas proposto pela Grécia. Paris inclusive prestou assistência técnica e política na elaboração do plano.

"A França é um elo (entre as partes) e exercerá seu papel de elo até o fim para colaborar para um sucesso que é indispensável para todos nós", afirmou o ministro francês das Finanças, Michel Sapin, pouco antes do início dos trabalhos do Eurogrupo. "A discussão será exigente poruqe a confiança é um elemento determinante do acordo, se queremos um acordo global e durável". Caso um acordo não seja alcançado pelos ministros das Finanças no sábado, caberá aos chefes de Estado e governo, que se reúnem neste domingo, acabar com o impasse.

Novo plano de ajuda

A partir da aplicação do plano de reformas também pode entrar na pauta a principal demanda da Grécia, que é a reestruturação da dívida. Mas esse tema promete ser mais espinhoso, já que os alemães voltaram a afirmar que não veem motivo para facilitar o pagamento da dívida grega, que ultrapassa os € 320 bilhões, ou 180% do PIB do país. Em sua chegada à cúpula, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, afirmou que as propostas gregas são insuficientes para a liberação de um terceiro plano de ajuda. 

O plano de Atenas é pedir um resgate financeiro de 53 bilhões de euros em três anos, mas especialistas afirmam que o país precisaria de pelo menos 82 bilhões para reorganizar sua economia. Ontem, houve protestos em Atenas contra o que os eleitores do partido de esquerda Syriza, do primeirio ministro Alexis Tsipras, consideraram uma traição.

Neste sábado, os bancos gregos continuavam fechados e os saques limitados a €60 diários por pessoa. De acordo com o ministério grego das Finanças, essa situação deve perdurar pelo menos até segunda-feira (13).

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