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Grécia/ crise

Merkel exclui dar desconto na dívida da Grécia

A chanceler alemã, Angela Merkel, voltou a descartar nesta quinta-feira (9) um desconto “clássico” na dívida devida pela Grécia aos credores internacionais. Atenas tem pregado essa alternativa como a única que daria chance de o país conseguir honrar os compromissos financeiros. O Fundo Monetário Internacional (FMI) também defende a reestruturação do endividamento grego.

A chanceler alemã, Angela Merkel.
A chanceler alemã, Angela Merkel. REUTERS/Arben Celi
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Na capital bósnia, onde está para as cerimônias em memória aos 20 anos do massacre de Srebrenica, Merkel afirmou que “não mudou de opinião” sobre o assunto. “Em 2012, nós tratamos o problema da viabilidade da dívida grega. Nós prolongamos os prazos, adiamos vencimentos de reembolsos dos empréstimos do FESF [fundo de resgate da União Europeia] até 2020”, explicou a chanceler. “Nós não abordamos, portanto, a viabilidade da dívida grega pela primeira vez. Eu disse que um desconto clássico estava fora de questão, para mim, e isso não mudou de ontem para hoje”, destacou.

Nesta quarta-feira (8), a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, insistiu na necessidade de reestruturação do valor devido pelos gregos. Já o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que, assim como Atenas, os credores da Grécia devem fazer propostas "realistas" sobre a dívida pública grega, que o país deseja incluir na mesa de negociação. "Então teremos uma situação em que os dois lados ganham", completou.

Espera pelas propostas de Atenas

Tusk afirmou ter conversado por telefone com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a quem apelou pela entrega dentro do prazo de um plano de reformas "completo". Atenas tem até a meia-noite desta quinta-feira para apresentar aos credores europeus um novo projeto, que pretende aplicar em troca de mais um plano de ajuda financeira e da permanência do país na zona do euro.

A Grécia deseja que a gigantesca dívida do país, que depois de dois resgates internacionais e cinco anos de recessão alcança € 320 bilhões, seja incluída em qualquer acordo com os credores. A Alemanha e outros países da zona do euro não aceitam que o tema faça parte das negociações, no estágio atual.

O próximo domingo (12) é a data limite para se alcançar um acordo entre Atenas e os credores. Tusk convocou uma reunião extraordinária dos 28 líderes do bloco, que deverão decidir o próximo passo. Uma reunião dos ministros das Finanças da zona do euro está prevista para sábado, com o objetivo de analisar o programa de Atenas.

Plano de € 12 bilhões

De acordo com a imprensa grega, o conjunto de reformas chega a € 12 bilhões, que seriam recuperados em dois anos. Entre as principais medidas, estariam o aumento dos impostos sobre as empresas, produtos de luxo, restaurantes, hotelaria, transportes e saúde.

Na quarta-feira (8), Atenas fez oficialmente um pedido para um terceiro resgate financeiro ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE). O Ministério da Economia da Grécia indicou ontem que os bancos do país permanecerão fechados até a segunda-feira, dia 13 de julho.

Nesta manhã, televisões gregas mostravam imagens de longas filas para realizar saques nos caixas eletrônicos em Atenas. De acordo a Federação Grega de Bancos, as instituições bancárias gregas podem alimentar os caixas do país somente até a próxima segunda-feira.

Com informações da AFP e Reuters

 

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