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Itália/ política

Partido de Berlusconi se divide e ex-premiê fica isolado

Após romper com o ex-premiê Silvio Berlusconi, na sexta-feira, o ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, anunciou hoje que vai formar o seu próprio partido, que deve se chamar Novo Centro Direita. Alfano, vice-presidente do Conselho, afirmou que permanecerá aliado do atual primeiro-ministro, Enrico Letta, junto com outros quatro ministros de centro-direita.

Silvio Berlusconi falou hoje a membros do Partido Povo da Liberdade.
Silvio Berlusconi falou hoje a membros do Partido Povo da Liberdade. REUTERS/Stefano Rellandini
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Além dos ministros, o grupo de dissidentes do Partido Povo da Liberdade conta com 30 senadores e 27 deputados, o suficiente para garantir a maioria parlamentar ao atual governo. Alfano é ex-secretário do PDL e era um dos mais antigos aliados de Berlusconi.

Ao anunciar o rompimento, ministro do Interior explicou que “tinha a sensação de que os mais linhas-duras do partido estavam pressionando por eleições antecipadas”. Falando para jornalistas, ele disse que a decisão foi uma escolha "dolorosa e amarga", mas afirmou que esse era o único caminho para garantir estabilidade para a coalizão de governo liderada pelo primeiro-ministro Enrico Letta.

“O governo ficará estável. Os cinco ministros do PDL se uniram ao novo grupo”, informou.

Alfano declarou que seria irresponsável colocar o governo em risco em um momento em que as famílias italianas sofrem a recessão e que o nível de desemprego entre jovens é recorde. "Não podemos dizer que vamos derrubar o governo e teremos resolvido todos os nossos problemas", disse.

Neste sábado, Berlusconi reconheceu que seu partido deixou a coalizão governista. O futuro político do bilionário de 77 anos está em jogo, após ele ter sido condenado por fraude fiscal em agosto. A sentença abriu o caminho para ele ser expulso do Parlamento. Mesmo assim, diante da crise interna, Berlusconi declarou hoje que pretende dar um novo nome ao seu partido, que seria chamado de Força Itália, o nome original do PDL.

"É muito difícil pensar que podemos continuar aliados no Parlamento e, acima de tudo sentados na mesma mesa do gabinete, com alguém que quer matar o seu líder politicamente", disse Berlusconi, em uma reunião do partido. "Neste momento, após a decisão tomada por 23 dos nossos senadores em 2 de outubro, não somos capazes de derrubar o governo", disse Berlusconi.
 

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