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Ucraniana recusa aperto de mão de russa e perde mundial de esgrima

A esgrimista Olga Kharlan, que se tornou a primeira ucraniana a enfrentar uma russa em quase um ano e meio no Campeonato Mundial de Esgrima nesta quinta-feira (27), foi desclassificada por se recusar a apertar a mão de sua adversária, após derrotá-la. 

A tetracampeã ucraniana Olga Kharlan se recusou a apertar a mão de sua adversária russa,  Anna Smirnova, após derrotá-la.
A tetracampeã ucraniana Olga Kharlan se recusou a apertar a mão de sua adversária russa, Anna Smirnova, após derrotá-la. © AP / Tibor Illyes
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Depois da vitória sobre Anna Smirnova, a tetracampeã olímpica limitou-se a cumprimentar formalmente o árbitro. A atleta russa então protestou e se recusou a deixar a quadra por quase uma hora após o fim do duelo.

Kharlan acabou sendo expulsa: a recusa em cumprimentar um adversário é penalizada com a desqualificação, de acordo com os regulamentos da Federação Internacional de Esgrima (FIE).

A ucraniana havia aceitado o duelo esportivo contra Smirnova com a aprovação das autoridades de Kiev.

A decisão de retirar o título de Kharlan foi descrita como "escandalosa" por Mikhailo Podoliak, um conselheiro próximo ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

 A Federação Ucraniana de Esgrima protestou contra a desclassificação e o Comitê Olímpico Internacional (COI) pediu uma demonstração de "sensibilidade" em relação aos atletas ucranianos.

Na quarta-feira (26), o esgrimista Igor Reizlin, compatriota de Kharlan, não pôde competir com o russo Vadim Anojin. Mas o Ministério do Esporte da Ucrânia utilizou um decreto para contornar a situação.

Kiev, até então, proibia atletas de suas delegações oficiais de competir em torneios com a participação de russos ou bielorrussos.

A medida vale apenas a "atletas que representam a Federação Russa ou a República de Belarus".

Essa mudança permite aos esportistas ucranianos que participem de competições com atletas russos sob bandeira neutra, como recomenda o Comitê Olímpico Internacional e várias federações internacionais, como a de esgrima (FIE). O objetivo é reintegrar russos e bielorrussos na modalidade.

Ucrânia nas Olímpiadas

O decreto também permite a participação da Ucrânia na Olimpíada de Paris. A Ucrânia ainda não tomou uma decisão oficial. "Estamos esperando a decisão final sobre se (os russos e bielorrussos) poderão participar ou não", disse o ministro ucraniano dos Esportes e presidente do Comitê Olímpico Nacional, Vadym Gutzeit, ao jornal Le Monde na terça-feira (25).

Desde o início da invasão russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, atletas das duas nacionalidades não se enfrentavam, com exceção do tênis, em que os jogadores não fazem parte de uma delegação oficial.

"Estou muito orgulhosa de nossos tenistas e me imagino em seu lugar, enfrentando pessoas cujo país bombardeia e mata nossos compatriotas", disse Kharlan à AFP há algumas semanas, sobre a possibilidade de enfrentar os russos.

Tetracampeã mundial e uma das estrelas do esporte ucraniano, a atleta não teve permissão para competir até a manhã de quinta-feira, após uma última reunião das autoridades esportivas ucranianas, disse à AFP um membro da associação sobre a delegação ucraniana.

A esgrima foi o primeiro esporte a permitir russos e bielorrussos em março. Tênis de mesa, canoagem e remo também seguiram as recomendações do COI, que havia recomendado seu retorno em março, sob bandeira neutra e em caráter individual.

Com informações da AFP

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