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Presidente de Comitê Olímpico da França pede demissão a pouco mais de um ano das Olimpíadas em Paris

Faltando apenas 14 meses para os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, a presidente do Comitê Olímpico e Esportivo da França (CNOSF), Brigitte Henriques, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (25). A instituição está mergulhada em uma crise que já dura mais de um ano. O Comitê Olímpico Internacional pediu às federações francesas foco na organização das Olimpíadas.

Brigitte Henriques que pediu demissão do Comitê Olímpico francês nesta quinta-feira, 25 de maio de 2023.
Brigitte Henriques que pediu demissão do Comitê Olímpico francês nesta quinta-feira, 25 de maio de 2023. AFP - ALAIN JOCARD
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"Já não tinha escolha", disse a ex-presidente da CNOSF, ao anunciar sua demissão, no salão da Maison du Sport Français durante uma assembleia aguardada com grande expectativa. Henriques estava no cargo desde junho de 2021. "Fiz isso pelo esporte francês (...) e por todos os franceses que estão nos assistindo", disse ela em seu discurso de despedida aos membros da organização. “Passei momentos difíceis”, revelou, antes de ser aplaudida por membros da instituição.

Conflitos internos e rivalidades acabaram minando a presidência de Henriques, em guerra aberta durante meses contra Denis Masseglia, anterior presidente da CNOSF. Com o tempo, a situação de Henriques, que foi eleita para o cargo em 29 de junho de 2021, “ficou insustentável”, de acordo com membros do CNOSF ouvidos pela AFP.

A CNOSF reúne mais de uma centena de federações francesas, representa o COI na França, mas tem um papel menor na organização dos Jogos Olímpicos de Paris, que acontece de 26 de julho a 11 de agosto de 2024.

Após o discurso de abertura da Ministra do Esporte, Amélie Oudéa-Castéra, dizendo que estava preocupada em “trazer de volta a serenidade e o interesse coletivo”, a presidente dirigiu-se então aos membros do CNOSF.

Ela detalhou os resultados de seu mandato antes de anunciar sua renúncia que entrará em vigor em 29 de junho. A secretária-geral do órgão, Astrid Guyart, passa a atuar como interina até a eleição de um novo presidente “nos próximos três meses”, especifica uma nota do CNOSF.

Turbulências

Esta demissão deve abrir uma nova página para uma instituição atravessada há mais de um ano e meio por muitas turbulências, entre denúncias, ameaças de denúncias, golpes baixos e revelações de trocas de e-mails na imprensa.

O afastamento, em setembro de 2022, do ex-braço direito de Henriques, Didier Séminet, desencadeou essa profunda crise da qual a instituição nunca se recuperou de fato.

No final de 2022, a presidente tirou uma licença de várias semanas para descansar. Mas no seu regresso, o clima não mudou e até piorou. Brigitte Henriques e Didier Séminet apresentaram queixas judiciais um contra o outro, levando à abertura, no final de março, de duas investigações do Ministério Público de Paris e confiadas à polícia judiciária parisiense.

"Denis (Masseglia) ‘acobou com ela’, como já havia feito antes com outras mulheres, é a vitória do velho modelo", reagiu em mensagem de texto à AFP uma fonte próxima da ex-presidente.

 O advogado de Henriques, Arash Derambarsh, acredita que a sua cliente "continuou a ser assediada e difamada durante o seu mandato". "Lamento que a ministra dos Esportes Amélie Oudéa-Castéra nunca tenha apoiado firme e abertamente minha cliente quando ela foi vítima de violência."

Puxão de orelha do COI

A proximidade das Olimpíadas de Paris e esta crise sem fim preocupa o mundo do esporte francês. O CNOSF deve "se unir" e "se recuperar", reagiu a ministra do Esporte, Amélie Oudéa-Castéra, em comunicado. "Hoje não há vencedor", disse, mas pode haver "uma vitória, a do salto ético e democrático", acrescentou.

Henriques era a primeira mulher a presidir o CNOSF. A ex-jogadora da seleção de futebol feminina francesa presidiu, anteriormente, a Federação Francesa de Futebol.

O Comité Olímpico Internacional (COI) não demorou a chamar a atenção dos envolvidos convidando o movimento olímpico e esportivo francês a “focar” nos Jogos Olímpicos de 2024 em Paris, poucas horas depois da demissão de Henriques.

O órgão olímpico "apela à responsabilidade de todos para cessarem os conflitos internos que afetaram o CNOSF nos últimos meses", disse um porta-voz.

(Com informações da AFP)

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