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Diego Maradona morre aos 60 anos após parada cardiorrespiratória

Aos 60 anos, um dos maiores jogadores da história do futebol morreu nesta quarta-feira (25) de parada cardiorrespiratória na sua casa no Tigre, município na província de Buenos Aires, local que escolheu para a sua recuperação, depois de receber alta, na semana passada, após uma cirurgia para retirar um hematoma subdural na cabeça. Maradona também se tratava da abstemia de bebidas alcoólicas.

Foto do arquivo: Diego Maradona durante sua apresentação como o novo treinador do clube Gimnasia y Esgrima, de La Plata. La Plata, Argentina - 8 de setembro de 2019.
Foto do arquivo: Diego Maradona durante sua apresentação como o novo treinador do clube Gimnasia y Esgrima, de La Plata. La Plata, Argentina - 8 de setembro de 2019. REUTERS - AGUSTIN MARCARIAN
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Após a parada cardíaca, nove ambulâncias foram ao local para tentar socorrê-lo, mas o ex-campeão do mundo em 1986 não resistiu. Na Argentina, respira-se um silêncio de incredulidade, prévio ao estado de comoção que fãs começam a demonstrar.

"Tenho uma dor profunda que não posso explicar. Foi uma parte da minha vida. Era parte das vidas de todos os argentinos", disse comovido César Luis Menotti, ex-treinador, campeão em 1978. O governo argentino decretou luto nacional de três dias.

Começam as manifestações de adeptos ainda incrédulos e o clube Boca Jrs conseguiu suspender o jogo desta noite pela Taça Libertadores da América. A morte daquele que os argentinos consideravam um mito vivo foi inicialmente confirmada por Matías Morla, amigo e advogado de Maradona.

Dessa vez, ao contrário de tantas vezes em que foi hospitalizado sob risco de vida, Maradona não conseguiu o seu último drible. Segundo o boletim policial, a morte foi constatada nas primeiras horas da manhã, quando foram dar um medicamento a Maradona, quem aparentava continuar a dormir.

Ao constatarem que não reagia, foi chamado um médico vizinho para ajudar. Enquanto lhe praticavam reanimação cardiopulmonar (RCP), um serviço médico privado foi chamado. As tentativas de reanimação duraram 30 minutos até as 11h45, hora local. Ao meio-dia, a polícia foi avisada.

Homenagem

"O movimento começou por volta das 11h. Chamaram um médico do condomínio", contou Pablo, vizinho de Maradona no condomínio San Andrés para onde os fãs emocionados peregrinam.

Na Argentina, aos poucos, o silêncio de incredulidade dá espaço às primeiras manifestações de comoção por parte de fãs. Na porta do clube Gimnasia y Esgrima de La Plata, a 56 Km de Buenos Aires, último clube do qual Maradona foi técnico, os torcedores penduram faixas, cartazes, flores e velas em homenagem.

"Tenho uma dor profunda que não posso explicar. Estou destruído. Não consigo acreditar. Foi uma parte da minha vida. Era parte das vidas de todos os argentinos", disse comovido César Luis Menotti, ex-treinador, campeão em 1978.

"Não posso acreditar. Pensei que fosse uma 'fake news'. Estou devastado. É a pior notícia que um adepto do Argentino Jrs pode receber. Nós o amamos, Obrigado por ter existido", disse o presidente argentino, Alberto Fernández, torcedor do Argentino Jrs.

A primeira mulher de Maradona, Claudia Villafañe, com quem Maradona teve duas filhas, Dalma e Giannina, está na casa. As três vivem no mesmo condomínio.

A primeira mulher de Maradona, Claudia Villafañe, com quem Maradona teve duas filhas, Dalma e Giannina, está na casa. As três vivem no mesmo condomínio.

Velório no Boca

Ainda não há ainda indicações de velório. Sabe-se, no entanto, que deverá ser num espaço amplo. Alguns sugerem o Parlamento. A maioria quer num estádio como o do Boca Jrs, seu clube do coração, ou o estádio do Argentino Jrs, onde começou.

"Falei com o presidente do Argentino Jrs caso a família queira velar o corpo lá. Ele me disse que sim", antecipou-se Alberto Fernández.

A promotora Laura Capra indicou que a autópsia será realizada no necrotério de San Fernando, município vizinho ao Tigre, para onde o corpo será levado. Quatro promotores investigam a causa da morte.

A Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol), por pressão do clube Boca Jrs, suspendeu o joga desta noite entre o Boca e o Internacional pela Taça Libertadores da América em Porto Alegre. A Conmebol pretendia fazer uma homenagem, mas os jogadores argentinos avisaram que não entrariam em campo.

No Clube Gimnasia y Esgrima de La Plata, no estádio do Argentino Jrs, do Boca Jrs e na casa de Vila Fiorito, o bairro humilde da periferia de Buenos Aires, onde Maradona cresceu. Nesses lugares, os fãs levam faixas, bandeiras, flores e velas em homenagem a Maradona.

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