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COI alerta comitês nacionais sobre riscos do vírus Zika na Rio 2016

Em nota distribuída nesta sexta-feira (29) a comitês olímpicos nacionais e federações esportivas, o Comitê Olímpico Internacional (COI) afirma estar monitorando de perto a epidemia do zika no Brasil. A entidade informa que as autoridades brasileiras estão executando um plano de ação em todas as instalações olímpicas para minimizar os riscos para atletas e visitantes entrarem em contato com o vírus.

Imagem do zika vírus vista em microscópio eletrônico.
Imagem do zika vírus vista em microscópio eletrônico. REUTERS/CDC/Cynthia Goldsmith/Handout
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O COI lembra que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que já foram identificados 1,5 milhão de casos de zika vírus no Brasil e em cerca de 80% deles não há sintomas. Entre os doentes que apresentam os sintomas, eles aparecem em um prazo que varia de dois a sete dias. A nota esclarece, no entanto, que uma grande incidência de bebês com microcefalia é registrada no país, embora as autoridades ainda estejam tentando confirmar se existe uma conexão do desenvolvimento anormal do cérebro dos fetos com o vírus zika.

"O COI está monitorando de perto a situação do zika vírus no Brasil e está em contato direto e com a OMS e o Comitê Rio 2016 sobre o assunto”, diz.Segundo a nota, o comitê organizador local também está em contato permanente com o Ministério da Saúde e com a Secretaria Municipal da Saúde. "Todas as partes estão adotando ações e acompanhando de perto a evolução do assunto", assegura o comunicado.

Segurança dos atletas e delegações

Em entrevista na última quinta-feira, em Atenas, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse que a entidade "fará tudo" que estiver ao seu alcance para que o evento seja seguro e não seja prejudicado pelo problema que assusta as autoridades mundiais de saúde.

"Sobre esse vírus, estamos em contato estreito com a Organização Mundial da Saúde, o comitê organizador das Olimpíadas no Rio e as autoridades brasileiras. Como vocês devem saber, a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião de Cúpula na América do Sul e também os ministros da Saúde da região para discutir esse assunto", declarou Bach. "Faremos tudo para garantir a saúde dos atletas e de todos os visitantes", acrescentou.

O comunicado recorda que os Jogos do Rio 2016 vão acontecer em agosto e setembro, ou seja, durante o inverno brasileiro. "O período mais seco e mais frio reduzirá significativamente a presença de mosquitos e o risco de infecção", diz o texto.

Mesmo ponderando que as Olimpíadas acontecerão durante o período de inverno no Rio de Janeiro, o que em princípio minimizaria o problema da infestação do Aedes Aegypti, transmissor da doença, o fato é que a reação do COI é reflexo de uma preocupação crescente da comunidade olímpica sobre a rápida expansão do mosquito no Brasil.

Preocupação de vários comitês nacionais

Um dia antes da declaração de Thomas Bach, o Comitê Olímpico australiano alertou seus atletas para tomarem precauções em relação ao vírus zika. A entidade, além de reforçar que a segurança da delegação era de "extrema importância", ainda aconselhou mulheres grávidas a terem consciência dos riscos para os fetos diante dos casos de microcefalia em bebês".

O Comitê Australiano vai distribuir repelentes e recomenda aos atletas e membros da equipe para usarem roupas de mangas compridas, especialmente quando circularem por áreas de risco como em locais de água parada.

Os atletas instalados na Vila Olímpica deverão fechar suas portas e janelas e só usarem ar condicionado.

O primeiro Comitê Nacional Olímpico a demonstrar preocupação com a epidemia foi o da Grã-Bretanha. As autoridades esportivas disseram que vão monitorar de perto a situação e, por enquanto, não veem motivos para divulgar conselhos aos atletas e integrantes do time britânico.

Mas ao informar que a expansão do mosquito é "explosiva" e vai atingir toda a América, a OMS contribuiu para aumentar a preocupação não apenas dos moradores e turistas, mas também de toda comunidade esportiva.

No dia 26 de janeiro, a comissão executiva do Comitê Olímpico Espanhol (COE) instituiu uma comissão médica para elaborar um estudo e recomendações sobre prevenções e cuidados que as pessoas devem ter durante a viagem e a estadia no Rio de Janeiro.

"Mas, desde que a comitê médico começou a analisar esse assunto, as notícias evoluíram e mudaram muito rapidamente. Os médicos estão atentos a isso e a própria Organização Mundial da Saúde estuda o assunto", destacou José Maria Bellón, porta-voz do COE.

"Estamos muito preocupados na medida em que diz respeito à saúde de atletas, dos técnicos e dos membros de toda a delegação do Comitê Olímpico Espanhol que vai ao Rio de Janeiro. É uma situação preocupante, a própria Organização Mundial da Saúde está preocupada, como o Comitê Olímpico Internacional. Assim como qualquer outro comitê, qualquer outra delegação, estamos preocupados com quem vai estar presente no Rio para os Jogos Olímpicos", acrescentou Bellón.

Na sua nota, o Comitê Olímpico Internacional aconselha todas as pessoas que vão viajar para áreas de risco que tomem cuidados como o uso de repelentes, roupas de mangas longas à noite e também durante o dia. As mulheres que têm intenção de engravidar devem discutir seus planos de viagem com seu médico para entender os riscos de infecção com o zika vírus.

O COI sugere que os Comitês Olímpicos Nacionais consultem autoridades nacionais para elaborar recomendações. "Continuamos confiantes que haverá um ambiente seguro para o sucesso dos Jogos no Rio de Janeiro", conclui a nota do COI.

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