Zika deve atingir quase todo continente americano, diz OMS
O vírus zika, transmitido por mosquitos e suspeito de provocar más-formações fetais, deve atingir todo o continente americano, com exceção do Canadá e Chile, advertiu a Organização Mundial da Saúde (OMS), em comunicado nesta segunda-feira (25).
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O zika está sendo associado a casos de microcefalia em bebês, que nascem com uma caixa craniana particularmente pequena, em casos em que a mãe é picada nos primeiros meses de gravidez.
De acordo com a nota oficial, o mosquito Aedes Aegypti, que transmite o vírus, assim como a dengue e o chikungunya, já está presente em todos os países do continente, com exceção de Chile e Canadá. Por esse motivo, a agência da ONU prevê que "o zika vírus continuará a expansão e provavelmente afetará todos os países e territórios da região com presença do Aedes Aegypti".
População com pouca imunidade favorece propagação do vírus
Em Genebra, a diretora da OMS, Margaret Chan, disse que "a propagação explosiva do zika a novas áreas geográficas com escassa imunidade entre a população é motivo de preocupação, sobretudo pelo possível vínculo entre as infecções durante a gravidez e as crianças nascidas com microcefalia".
Ela destacou que "o vínculo causal entre a infecção pelo vírus na gravidez e a microcefalia não foi comprovado", mas que os indícios existentes "são sugestivos e extremamente preocupantes".
Um forte aumento do número de casos na América Latina, especialmente no Brasil, onde ocorrerão as Olimpíadas, levou os Estados Unidos e outros países a lançarem alertas às mulheres grávidas que viajam para a região.
Em 2015, 3.174 casos de microcefalia em recém-nascidos foram registrados no Brasil e são ligados ao zika contraído pela mãe, segundo o ministério da Saúde brasileiro. Antes, havia uma média de 160 casos ao ano.
Países recomendam que mulheres não engravidem
Colômbia, Equador, El Salvador e Jamaica recomendaram às mulheres que evitem engravidar, conselho também adotado por parte das autoridades brasileiras - embora o discurso oficial recomende apenas a prevenção contra o mosquito.
A OMS informou que o método de prevenção mais eficaz é manter-se longe das áreas com água parada, onde os mosquitos se concentram, e a proteção de repelentes, assim que dormir com mosquiteiros.
Segundo a OMS, o vírus se transmite pelo sangue. O documento menciona um
possível caso de transmissão sexual entre duas pessoas", indicou a organização, que destacou a necessidade de mais testes para comprovar a hipótese.
Não há cura nem vacina contra o zika, apenas tratamentos para os sintomas. Suas manifestações são mais frequentemente do tipo gripal (febre, dor de cabeça, dores no corpo) com erupções cutâneas, e se manifestam entre 3 a 12 dias após a picada do mosquito.
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