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Zika

Zika não é um problema olímpico, diz prefeito do Rio de Janeiro ao Le Monde

Em entrevista ao jornal Le Monde deste sábado o prefeito do Rio de Janeiro explica os preparativos da cidade para receber os Jogos Olímpicos em agosto. Eduardo Paes se mostrou otimista ao ser questionado sobre o impacto da crise política e econômica no evento, além da epidemia do vírus zika.

Em uma longa entrevista, intitulada "Zika não é um problema olímpico", o prefeito do Rio de Janeiro tentou tranquilizar os cariocas e os turistas que pretendem visitar a cidade durante o evento.
Em uma longa entrevista, intitulada "Zika não é um problema olímpico", o prefeito do Rio de Janeiro tentou tranquilizar os cariocas e os turistas que pretendem visitar a cidade durante o evento.
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A correspondente do jornal Le Monde no Brasil explica na abertura da entrevista que, quando o país foi escolhido para acolher os Jogos Olímpicos, em 2009, a nação era a estrela dos emergentes, em pleno crescimento adubado pela explosão das commodities. No entanto, sete anos depois, a situação mudou. “Afetados pela crise, os canteiros das obras dos Jogos Olímpicos sofrem atrasos importantes”, ressalta a jornalista. Mesmo assim, o prefeito do Rio de Janeiro explicou em uma longa entrevista que tudo estará pronto a tempo e que o evento vai ajudar divulgar uma outra imagem do Brasil.

Ao ser questionado sobre os riscos que a epidemia de zika representa para as Olimpíadas, prefeito do Rio de Janeiro disse que “não tem a autoridade para ordenar que as mulheres grávidas não frequentem os jogos”. Mas Paes frisou, numa tentativa de tranquilizar a população e os de turistas do mundo todo que devem visitar a cidade, que o mosquito Aedes aegypti age principalmente durante a temporada de chuvas, que dura até abril, e que os jogos serão realizados em um momento (agosto) em que o inseto é menos ativo. “Por essa razão o assunto não é uma ‘preocupação olímpica’”.

O prefeito também lembrou que a luta do Rio de Janeiro contra o Aedes aegypti é permanente, e não apenas às vésperas dos Jogos. “Em 2012, nós atravessamos uma epidemia de dengue bem mais grave na cidade”, assinalou. Para ele, o zika não é apenas um problema dos cariocas e dos brasileiros, e sim de todos os países americanos. “Mas é claro que estamos trabalhando de forma ativa para combater o mosquito”.

Tudo vai estar pronto até os jogos, promete Paes

A correspondente também interrogou o prefeito sobre os atrasos nas obras do evento, apontados durante uma vistoria do Comitê Olímpico, em 2014. Mas Paes martela que as instalações esportivas serão entregues no prazo previsto. No entanto, ele não nega que ainda há muita coisa a ser feita, mesmo se os atrasos estão, segundo ele, concentrados principalmente em canteiros que não têm uma ligação direta com os Jogos, como o Porto Maravilha, ou ainda a linha 4 do metrô, cuja a finalização é prevista para “junho, ou talvez julho”, promete.

O prefeito também se mostrou otimista no que diz respeito à segurança e os riscos de atentado terrorista durante o evento, que receberá líderes do mundo todo, inclusive vindos de países que fazem parte da coalizão de luta contra o grupo Estado Islâmico. “Eu confio nas autoridades federais e do Estado do Rio de Janeiro, responsáveis pela segurança”, disse Paes, lembrando que a cidade está acostumada a receber grandes acontecimentos internacionais. “Recebemos quase 2 milhões de pessoas no Réveillon e acolhemos a final da Copa do Mundo de 2014. Estamos atentos, mas tenho a convicção de que vamos viver Jogos Olímpicos tranquilos”, insiste.

Olimpíadas em pela recessão

A correspondente do Le Monde lembra que vários protestos contra os gastos na Copa do Mundo marcaram o Mundial de Futebol e pergunta se as Olimpíadas não poderiam irritar novamente a população, já que “o Brasil atravessa uma severa recessão com uma crise política em pano de fundo”. Mas para o prefeito do Rio de Janeiro, o contexto não é o mesmo. “Não tivemos nenhuma manifestação contra os Jogos”, retruca. Segundo ele, cerca de 60% do orçamento de R$ 7 bilhões desembolsado pelo Estado para as infraestruturas esportivas foi financiado por parceiros privados. Já os R$ 24 bilhões restantes serão dedicados às obras, como o metrô, que vão beneficiar os moradores. “Nós nunca prometemos uma cidade perfeita, sem problemas, e sim uma cidade melhor. Os Jogos ajudam a melhorar uma cidade”, insiste.
 

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