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Pyongyang dispara míssil acompanhado de ameaça contra aproximação de Seul e Washington

A Coreia do Norte disparou um míssil balístico de curto alcance pouco depois de ameaçar uma resposta "feroz" à aproximação militar dos Estados Unidos com a Coreia do Sul, informou o exército sul-coreano nesta quinta-feira (17).

Coreia do Norte dispara 'míssil balístico não identificado', diz Exército sul-coreano.
Coreia do Norte dispara 'míssil balístico não identificado', diz Exército sul-coreano. REUTERS - HEO RAN
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O Estado-Maior conjunto da Coreia do Sul identificou o projétil como um míssil balístico de curto alcance disparado a partir da região de Wonsan, na província de Kangwon.

O míssil percorreu 240 km a uma altitude de 47 km, com uma velocidade Mach 4 (quatro vezes a velocidade do som). 

O Japão também confirmou o disparo do míssil, que o gabinete do primeiro-ministro Fumio Kishida considerou "uma ameaça à paz e à segurança de nosso país e das comunidades regional e internacional".

Nesta semana, o presidente americano, Joe Biden, abordou a questão dos testes de mísseis norte-coreanos com o presidente chinês, Xi Jinping, durante a reunião de cúpula do G20, em Bali.

Biden fez um apelo para que Xi utilize sua influência para controlar a Coreia do Norte após vários lançamentos de mísseis, que provocaram temores de que Pyongyang esteja perto de executar o sétimo teste nuclear de sua história.

Biden também conversou com o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, e o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, sobre maneiras de abordar a ameaça dos "programas ilegais de armas de destruição em massa e balísticas" da Coreia do Norte, segundo a Casa Branca.

"Fase imprevisível"

O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, criticou as conversas nesta quinta-feira, alegando que "levam a situação na península coreana a um estágio imprevisível".

Quanto mais os Estados Unidos tentarem fortalecer sua aliança de segurança com Tóquio e Seul, "mais feroz será a contrarresposta" da Coreia do Norte, acrescentou Choe.

Analistas apontam que o disparo desta quinta-feira foi "programado" para coincidir com a declaração do ministro.

O Norte "disparou o míssil poucas horas depois da divulgação do comunicado, em uma tentativa de justificar o lançamento como uma mensagem aos Estados Unidos e ao Japão", afirmou à AFP Cheong Seong-chang, pesquisador do Instituto Sejong.

Há algumas semanas, a Coreia do Norte executou uma série de lançamentos, incluindo um míssil balístico intercontinental que, segundo Seul, teria falhado.

Também disparou um míssil balístico de curto alcance que teria cruzado a fronteira marítima entre os dois países e caiu próximo às águas territoriais da Coreia do Sul.

O presidente sul-coreano disse na ocasião que esta foi "uma invasão territorial de fato".

Os dois lançamentos foram parte de uma onda de disparos em 2 de novembro, quando Pyongyang lançou 23 mísseis, mais do que em todo o ano de 2017, quando o dirigente norte-coreano, Kim Jong Um, trocou ofensas pelo Twitter com o então presidente americano Donald Trump.

Analistas destacam que a Coreia do Norte aproveita a oportunidade para testar mísseis proibidos porque acredita que evitará novas sanções da ONU devido ao impasse na organização pela guerra da Rússia na Ucrânia.

A China, principal aliada diplomática de Pyongyang, se uniu à Rússia em maio para vetar uma tentativa dos Estados Unidos de reforçar as sanções contra a Coreia do Norte no Conselho de Segurança da ONU.

Washington respondeu aos testes norte-coreanos com uma ampliação dos exercícios militares com Seul, incluindo o envio de um bombardeiro estratégico.

(com AFP)

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