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EUA/Quênia

Esquema de segurança é reforçado no Quênia para chegada de Obama

Centenas de agentes de segurança têm chegado a Nairóbi, capital do Quênia, para cuidar da visita do presidente americano, Barack Obama, que chega ao país natal de seu pai nesta sexta-feira (24). Ele vai se encontrar com alguns de seus familiares, com quem já esteve em duas visitas anteriores - quando ainda era estudante e depois quando era senador. O presidente reconheceu que essa visita é "simbolicamente importante".

Autoridades quenianas mobilizaram centenas de soldados e policiais para a visita de Obama.
Autoridades quenianas mobilizaram centenas de soldados e policiais para a visita de Obama. REUTERS/Thomas Mukoya
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Com informações de Raquel Krahenbuhl, correspondente da RFI em Washington

Segundo a mídia queniana, agentes do serviço secreto passaram pente fino em três hotéis: o Sankara, o Villa Rosa Kempinski e o Intercontinental. Nesta semana, um Osprey - cruzamento entre um helicóptero e um avião - habitalmente estacionado na base militar americana de Djibouti, sobrevoou a capital Nairóbi junto com um helicóptero com o brasão presidencial.

Obama espera levar a mensagem de que os EUA é um parceiro forte da África. Comércio e segurança devem dominar a agenda da visita ao continente. Os EUA têm fornecido equipamento e treinamento às forças de segurança do Quênia - que estão na linha de frente da luta contra o terrorismo na região. O país tem sido vítima de vários ataques. Em 2013, o grupo Al-Shabaab, ligado à rede a Al Qaeda, atacou um shopping e matou 67 pessoas, e em abril deste ano, militantes do mesmo grupo mataram 148 pessoas em uma universidade no país.

O Departamento de Estado americano alertou em um comunicado que a Cúpula de Empreendedorismo Mundial em Nairóbi, neste fim de semana, onde Obama fará um discurso, poderia proporcionar um alvo para os terroristas.

Medidas de precaução

Essa preocupação pode ter levado o governo americano a conduzir vários ataques aéreos na última semana, contra militantes do Al-Shabaab, na Somália. Ainda como precaução, todo o espaço aéreo do Quênia vai ser fechado 50 minutos antes de o presidente pousar na sexta-feira, e aviões de pequeno porte vão ser proibidos de voar em Nairóbi nos três dias em que Obama estará no país.

Além do problema de segurança, corrupção e abusos de direitos humanos são questões que preocupam Washington tanto no Quênia, quanto na Etiópia - os dois países que o presidente visitará nesse tour. Em um carta, mais de 50 grupos de direitos humanos pediram ao presidente que leve uma mensagem de democracia a África.

Essa é a terceira visita de Obama à África desde que tomou posse. Em 2009, quando esteve em Gana, o primeiro presidente negro americano - que trouxe esperança de mudanças na relação dos EUA com a África - falou de um “novo momento promissor” no continente. Apenas alguns anos depois, em 2013, durante um giro pelo Senegal, Tanzânia e África do Sul, Obama foi recebido com certo ceticismo pelas suas políticas vagas e promessas não cumpridas no continente - como a de trazer eletricidade a 20 milhões de africanos.

Obama tem priorizado outras questões, como a luta contra o grupo Estado Islãmico, a crise na Ucrânia, o acordo nuclear com o Irã e a reaproximação com Cuba. Na África, um dos principais - e poucos - esforços do presidente americano foi a liderança no combate ao Ebola no ano passado.

Descaso

Muitos especialistas criticam a negligência de Obama na África, dizendo que os presidentes George W. Bush e Bill Clinton investiram e se preocuparam muito mais com o continente. Obama acabou mantendo muitas das políticas dos seus antecessores. Por um lado, deu continuidade ao financiamento de programas contra a AIDS, aumentando o número de pessoas que recebem tratamento. Por outro lado, manteve - e até expandiu - políticas polêmicas como a campanha de drones na Somália e no Mali, e também a permanência de soldados americanos no Djibouti. Outra controvérsia foi a participação dos EUA na intervenção militar na Líbia em 2011, que trouxe instabilidade pra região.

Na visita, que começa sexta-feira, muitos africanos esperam mais ações concretas e menos gestos simbólicos - que têm definido a relação do primeiro presidente negro dos EUA na África
 

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