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UE parabeniza Milei e diz esperar 'continuar cooperação com Argentina'

Chefes de Estado e de governo, líderes de opinião, instituições e figuras políticas latino-americanas e internacionais parabenizaram Javier Milei por sua eleição como presidente da Argentina no domingo (19). Nesta segunda-feira (20), o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, deu "parabéns" ao futuro presidente de extrema direita, por sua eleição, pedindo uma cooperação contínua entre a União Europeia (UE) e o país sul-americano, um "parceiro próximo".

Javier Milei, o novo presidente da Argentina, segura uma imagem de papelão de uma nota de 100 dólares americanos com uma imagem de seu rosto durante seu comício de encerramento de campanha em Córdoba, Argentina, quinta-feira, 16 de novembro de 2023.
Javier Milei, o novo presidente da Argentina, segura uma imagem de papelão de uma nota de 100 dólares americanos com uma imagem de seu rosto durante seu comício de encerramento de campanha em Córdoba, Argentina, quinta-feira, 16 de novembro de 2023. AP - Nicolas Aguilera
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"O povo da Argentina se manifestou em eleições livres e democráticas (...). Agradeço ao (atual presidente) Alberto Fernandez pela excelente cooperação ao longo dos anos e espero continuar essa cooperação para o benefício de nossos povos", disse ele no X (antigo Twitter).

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, também parabenizou Javier Milei e enfatizou o "relacionamento próximo, construtivo e amplo" entre a UE e a Argentina, "baseado em valores compartilhados".

"O novo governo argentino, que assume o cargo em um contexto econômico difícil, pode contar com a UE para fortalecer ainda mais nossa parceria, a fim de obter resultados positivos para nossas sociedades, em particular finalizando as negociações sobre o Acordo de Associação UE-Mercosul o mais rápido possível", disse ele em um comunicado à imprensa.

"Eliminação" do Mercosul

Javier Milei, presidente de extrema direita que se descreve como um "anarco-capitalista", defendeu a "eliminação" do Mercosul, descrevendo o mercado comum entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai como uma "união alfandegária defeituosa".

Quando perguntado sobre o impacto da eleição de Milei nas negociações entre a UE e o Mercosul, um porta-voz da Comissão Europeia disse simplesmente que as discussões em andamento eram "muito construtivas" e que o Executivo europeu estava tentando finalizá-las para chegar a um acordo "antes do final do ano".

A UE e o Mercosul chegaram a um acordo comercial em 2019, após mais de 20 anos de negociações complexas, mas ele não foi ratificado devido, em particular, às preocupações europeias com as políticas ambientais, especialmente no Brasil.

Principais reações ao redor do mundo

O presidente Lula, desejou ao novo governo argentino "boa sorte e sucesso", sem mencionar o nome de Milei, em uma mensagem publicada na rede social X.

"Desejo boa sorte e sucesso ao novo governo. A Argentina é um grande país que merece todo o nosso respeito. O Brasil estará sempre disponível para trabalhar com nossos irmãos argentinos", escreveu Luiz Inácio Lula da Silva, a quem Milei descreveu durante sua camapnha como um "comunista corrupto".

O ex-presidente de extrema direita, Jair Bolsonaro (2019-2022), parabenizou Milei no domingo, dizendo que "a esperança está brilhando novamente" na região. Ele acrescentou que esperava que os "bons ventos chegassem aos Estados Unidos e ao Brasil" para que "a honestidade, o progresso e a liberdade retornassem".

Fundo Monetário Internacional (FMI)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que espera "trabalhar em estreita colaboração" com Milei "para desenvolver e implementar um plano sólido capaz de proteger a estabilidade macroeconômica e fortalecer o crescimento inclusivo para todos os argentinos", de acordo com uma mensagem no X de sua diretora administrativa, Kristalina Georgieva.

A Argentina, que está passando pela pior crise econômica em mais de 20 anos, tem de longe o maior pacote de ajuda (e co-dependência) do FMI.

China, o gigante "comunista"

A China parabenizou o presidente eleito e disse que queria continuar desenvolvendo as relações comerciais entre os dois países. 

"O desenvolvimento das relações entre a China e a Argentina (...) trouxe benefícios tangíveis para ambos os povos", enfatizou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.

Durante sua campanha, Milei disse que queria acabar com os laços comerciais com a China, um dos principais parceiros econômicos do país, alegando que "não faria negócios com comunistas".

(Com AFP)

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