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Fãs de Taylor Swift na Argentina tentam influenciar jovens contra extrema direita no 2º turno das presidenciais

A cantora norte-americana Taylor Swift, de 33 anos, é um fenômeno e move multidões de fãs por onde passa, com shows lotados por jovens que idolatram suas músicas e atitudes. Em Buenos Aires, seguidores da popstar inspirados no posicionamento político da artista - contra Donald Trump - nas últimas eleições nos EUA, criaram um movimento para engajar outros jovens contra Javier Milei, político da extrema direita argentina - nas eleições presidenciais.

Uma fã da cantora norte-americana Taylor Swift posa na fila do estádio Mas Monumental com cartazes de "Swiftie não vota em Milei", antes do show da popstar em Buenos Aires, em 9 de novembro de 2023.
Uma fã da cantora norte-americana Taylor Swift posa na fila do estádio Mas Monumental com cartazes de "Swiftie não vota em Milei", antes do show da popstar em Buenos Aires, em 9 de novembro de 2023. AFP - EMILIANO LASALVIA
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O primeiro turno das eleições da Argentina produziu uma grande surpresa: o candidato "antissistema", o ultrapopulista Javier Milei, de extrema direita, e o atual ministro da Economia, Sergio Massa, peronista de centro-esquerda, do outro lado do espectro político argentino, se classificaram para o embate no segundo turno, que ocorrerá em 19 de novembro. 

No show de Taylor Swift, que aconteceu em Buenos Aires nas noites de quinta-feira (9) e sexta-feira (10). O público da cantora é de maioria feminina, com isso as jovens argentinas presentes no show aproveitaram para deixar uma mensagem contra o candidato presidencial Milei, considerado "machista".

Os fãs da artista, os autoproclamados "swifties", mobilizam atualmente o público politicamente tanto nas filas dos shows quanto nas redes sociais.

"Swifties não votam em Milei!", escancaravam vários cartazes durante o evento.

Taylor Swift visitou a Argentina pela primeira vez com o "Eras Tour", sua última apresentação em Buenos Aires acontece neste sábado, 11 de novembro de 2023.
Taylor Swift visitou a Argentina pela primeira vez com o "Eras Tour", sua última apresentação em Buenos Aires acontece neste sábado, 11 de novembro de 2023. GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

"Bolsonaro argentino"

Foi a primeira vez que Taylor Swift esteve na Argentina, e já se viu envolvida em política. O segundo turno das eleições presidenciais ocorre em meio a tensões e uma grande crise econômica no país sul-americano. 

Sergio Massa, do bloco governamental de centro-esquerda, superou a desvantagem de uma economia em dificuldades e de uma inflação recorde de 138% para ficar em primeiro lugar no primeiro turno com 37% dos votos, de acordo com a autoridade eleitoral local. Já Javier Milei obteve com 30% do total, abaixo do que as pesquisas previam.

Javier Milei é frequentemente comparado aos ex-presidente dos EUA, Donald Trump, por suas falas radicais. Ao mesmo tempo, também recebe comparações ao ex-presidente do país vizinho Brasil, Jair Bolsonaro, a quem já declarou admiração. No Brasil, páginas das redes sociais que são contra a extrema direita, têm comparado apelidado Javier Milei de “o Bolsonaro argentino”. 

Fãs criaram onda política a partir de documentário sobre a cantora

Para Miriam, uma funcionária de marketing digital, de 31 anos, não há dúvidas: "As ideias de Taylor são contrárias ao que Milei seria (...) Vejo um paralelo muito forte entre ele e Trump", disse a seguidora da artista à AFP. "Mas ela é contra Trump, contra tudo o que ele representa, um ser machista e patriarcal".

Para muitos fãs contatados pela agência AFP, o gatilho foi o documentário "Miss Americana" (2020), no qual, depois de se recusar a falar de política por um longo tempo, a estrela se abriu e disse que agora sentia "a necessidade de estar do lado certo da história". Ao mesmo tempo, na época, ela prometeu seu apoio aos candidatos à presidência Joe Biden e Kamala Harris, dizendo que eles ajudariam os EUA a "começar a se curar" após o mandato de Trump.

"Taylor está do lado da diversidade, das mulheres. E Milei tem essa maneira, digamos, dominante de se expressar, ele vai direto para o confronto, e Taylor fala contra isso em seu documentário", explica a estudante Sofia Ranui, de 21 anos.

Os fãs argentinos criaram até uma conta no X (antigo Twitter) em outubro chamada "SwiftiesContraLLA" (Swifties contra La Libertad Avanza, o partido de Javier Milei). A conta, que em poucas semanas acumulou cerca de 3.600 fãs, e pedia para as pessoas "NÃO votarem em Milei" em 19 de novembro, tendo em vista o "perigo que ele representa, principalmente para as mulheres e a diversidade". Mas a conta não existe mais. 

Após a mobilização da base de fãs da cantora, o X suspendeu também outras contas de "swifties", segundo o site Mídia Ninja. 

Taylor Swift apresenta seu último show da "Eras Tour" na Argentina neste sábado (11). Na noite de domingo, dia 12 de novembro, os candidatos a ocupar a Casa Rosa, Sergio Massa e Javier Milei, estarão frente a frente com o eleitorado para o terceiro e último debate presidencial. 

(Com informações da AFP)

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