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EUA: Trump denuncia instrumentalização da justiça

Convocado a comparecer a um tribunal federal em Washington, nesta quinta-feira (31), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, denunciou uma "instrumentalização sem precedentes da justiça". O republicano terá de explicar os seus esforços para reverter resultados da eleição presidencial de 2020, no que constitui a ameaça legal mais séria enfrentada por ele até agora.  

Um apoiador de Donald Trump estende uma bandeira pró-Trump do lado de fora do Tribunal em Washington onde o ex-presidente foi convocado. Em 3 de agosto de 2023.
Um apoiador de Donald Trump estende uma bandeira pró-Trump do lado de fora do Tribunal em Washington onde o ex-presidente foi convocado. Em 3 de agosto de 2023. Getty Images via AFP - DREW ANGERER
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Através de sua rede social Truth Social, Donald Trump, que tenta retornar à Casa Branca, acusou seu rival, o democrata Joe Biden, de estar por trás dos novos processos contra ele. "Os democratas não querem ter de me enfrentar na campanha, senão não teriam recorrido a essa instrumentalização da justiça sem precedentes", escreveu o ex-presidente dos EUA.  

O tribunal onde serão feitas todas as acusações contra ele fica próximo ao Capitólio, sede do Congresso norte-americano, invadido por centenas de fervorosos apoiadores de Trump, em 6 de janeiro de 2021.  

A audiência está marcada para às 16h pelo horário local, (17h no horário em Brasília). Muitos caminhões satélites da mídia nacional e internacional já estavam posicionados desde as primeiras horas manhã na praça em frente ao tribunal. Algumas centenas de jornalistas fizeram fila para entrar no prédio, enquanto barreiras de segurança foram erguidas ao redor do prédio, bem como ao redor do Capitólio.  

Donald Trump é acusado de complô contra os Estados Unidos e conspiração para obstruir um procedimento oficial, a sessão conjunta do Congresso do dia 6 de janeiro de 2021, realizada para certificar a vitória eleitoral do democrata Joe Biden.  

"O objetivo da conspiração era reverter os resultados legítimos das eleições presidenciais de 2020, usando alegações sabidamente falsas de fraude eleitoral", diz a denúncia de 45 páginas, apresentada pelo procurador especial Jack Smith. "Apesar de ter perdido, o réu estava determinado a permanecer no poder," acrescenta o texto da denúncia.  

A acusação menciona notavelmente um "projeto criminoso" e o acusa de ter minado os alicerces da democracia americana, ao tentar alterar o processo de contagem dos votos de mais de 150 milhões de americanos, acusações sem precedentes e com o agravante de que ele era à época presidente em exercício dos Estados Unidos. 

Donald Trump em comício de campanha no sábado, 29 de julho de 2023, em Erie, Pensilvânia.
Donald Trump em comício de campanha no sábado, 29 de julho de 2023, em Erie, Pensilvânia. AP - Sue Ogrocki

 

Outros processos 

Outros dois processos criminais anteriores instaurados contra Donald Trump este ano, por fraude contábil ligada à compra do silêncio de uma atriz de filmes pornô, e por ter comprometido a segurança nacional por sua displicência no tratamento de documentos classificados, fazem referência, respectivamente, ao período anterior e posterior ao seu mandato. 

As consequências de mais essa acusação sobre a candidatura do republicano ainda não podem ser determinadas. Mas a cada novo embaraço jurídico, o ex-presidente, de 77 anos, se defende argumentando a existência de uma "instrumentalização política" da justiça para impedi-lo de concorrer em 2024.

Trump insiste em afirmar, sem nenhuma prova, que a eleição de 2020 foi "roubada". De acordo com o republicano, esses processos contra ele" revelaram ao mundo a corrupção, o escândalo e os fracassos ocorridos nos Estados Unidos nos últimos três anos", sob seu sucessor. 

Apesar dos processos que se acumulam, Trump mantém a lealdade de boa parte do Partido Republicano. Ele é o grande favorito à indicação republicana, na frente do governador da Flórida, Ron DeSantis.  

(Com informações da AFP)

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