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Trump é indiciado por complô contra os EUA e conspiração para mudar resultado de urnas em 2020

O ex-presidente americano Donald Trump foi indiciado, nesta terça-feira (1º), por seus esforços para reverter os resultados da eleição presidencial de 2020 - a ameaça legal mais séria até agora ao ex-presidente, que busca retornar à Casa Branca.

O ex-presidente Trump busca a indicação dos republicanos para concorrer à presidência em 2024. Em Erie, Pensilvânia, 29/07/23.
O ex-presidente Trump busca a indicação dos republicanos para concorrer à presidência em 2024. Em Erie, Pensilvânia, 29/07/23. © LINDSAY DEDARIO / REUTERS
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Trump enfrenta três acusações de conspiração e uma acusação de obstrução na denúncia de 45 páginas apresentada pelo procurador especial Jack Smith.

O ex-presidente é acusado de complô contra os Estados Unidos e conspiração para obstruir um procedimento oficial, a sessão conjunta do Congresso de 6 de janeiro de 2021, realizada para certificar a vitória eleitoral do democrata Joe Biden.

"O objetivo da conspiração era reverter os resultados legítimos das eleições presidenciais de 2020, usando alegações sabidamente falsas de fraude eleitoral", diz a denúncia. "Apesar de ter perdido, o réu estava determinado a permanecer no poder."

"Por mais de dois meses após o dia da eleição, em 3 de novembro de 2020, o réu espalhou mentiras de que houve fraude determinante no resultado da eleição e que ele havia realmente vencido [...] Essas afirmações eram falsas, e o réu sabia que eram falsas", acrescenta a denúncia.

A denúncia menciona seis conspiradores, mas nenhum deles é identificado. Trump é o único réu nomeado.

Durante um breve discurso, Smith disse que queria "um julgamento sem demora". De acordo com relatos da mídia norte-americana, Trump será convocado para comparecer ao tribunal em 3 de agosto.

No dia 6 de janeiro de 2021, Trump pronunciou um discurso para seus simpatizantes reunidos nas imediações da Casa Branca, instando-os a "lutar de todas as formas" contra os resultados das eleições presidenciais.

Milhares de simpatizantes semearam o caos e atacaram o Capitólio em Washington, símbolo da democracia americana.

A invasão foi "alimentada por mentiras" de Trump, garantiu o procurador especial.

Na tarde desta terça-feira, pouco antes do anúncio da acusação, Trump atacou Smith em sua plataforma Truth Social, chamando-o de "enlouquecido" e afirmando que ele emitiu "mais um falso indiciamento" para "interferir na eleição presidencial" de 2024.

"Por que eles não fizeram isso há 2,5 anos?", questionou Trump na rede social. "Por que esperaram tanto tempo? [...] Porque eles queriam fazer isso bem no meio da minha campanha", frisou.  

Acusações mais graves   

São as acusações mais graves já apresentadas contra o ex-chefe de Estado, que também foi indiciado por negligência na gestão de documentos confidenciais da Casa Branca e enfrenta um julgamento em Nova York por supostamente pagar propina a uma atriz pornô para silenciá-la às vésperas da eleição.

Aos 77 anos, Trump tornou-se o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser acusado criminalmente pela Justiça federal.

Contudo, o político e bilionário conta ainda com a lealdade de boa parte de seu partido.

Ele é o favorito nas pesquisas para a indicação republicana e, inclusive, tem aumentado a diferença em relação ao principal adversário, o governador da Flórida, Ron DeSantis, que coleciona tropeços desde que iniciou sua campanha.

Mike Pence, que foi vice-presidente do magnata e também busca a indicação republicana, não perdeu a oportunidade para atacar Trump: "Qualquer um que se colocar acima da Constituição nunca deveria ser presidente dos Estados Unidos", disse nesta terça-feira à noite.

A campanha de Trump, no entanto, emitiu um duro comunicado no qual comparou o julgamento à "Alemanha nazista da década de 1930" e afirma que o ex-presidente "sempre seguiu a lei e a Constituição, com o conselho de vários advogados altamente qualificados".

Ainda não está claro o impacto da nova acusação criminal para a candidatura de Trump à Casa Branca.

O ex-presidente denuncia reiteradamente que é alvo de uma "caça às bruxas", uma nova "ingerência eleitoral" e um "uso político" da Justiça para impedi-lo de ser candidato. E Trump continua afirmando, sem provas, que foi "roubado" nas eleições de 2020.

Seus problemas judiciais podem complicá-lo ainda mais se os promotores da Geórgia, que o investigam por pressionar funcionários para alterar o resultado das eleições de 2020 neste estado do sul do país, decidirem indiciá-lo.

A investigação foi desencadeada pela ligação telefônica de Trump, em 2 de janeiro de 2021, ao secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, na qual o então presidente pressionou o funcionário a "encontrar" 11.780 votos que revertessem sua derrota para Biden no estado.

(com AFP)

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