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Primeiro dia de protestos por novo censo na Bolívia deixa um morto em confrontos

Uma pessoa morreu neste sábado (22) na Bolívia durante confrontos de rua entre simpatizantes do governo e opositores, no primeiro dia de uma paralisação no departamento de Santa Cruz para exigir que o governo antecipe em um ano o censo da população previsto para 2024. "Tivemos nossa primeira vítima da greve em Puerto Quijarro", cidade fronteiriça com o Brasil, disse a vice-ministra de Comunicação, Gabriela Alcón.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, em foto de 2021.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, em foto de 2021. AP - Juan Karita
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"Condenamos a violência exercida durante uma pralisação cívica que causou a irreparável perda de uma vida humana em Puerto Quijarro", afirmou o presidente Luis Arce no Twitter.

Enquanto isso, o ex-presidente da Bolívia Carlos Mesa aproveitou para criticar o atual presidente em seu tuíte: "Lamento a morte de Pablo Taborga, vítima da violência (...) e da falta de vontade de Luis Arce, que prefere conflitos fratricidas e ameaças à revogação de um decreto enganoso e irracional que impede um censo oportuno e transparente". 

Carlos Mesa critica Arce

A cidade, fronteiriça com o Brasil e de 20.000 habitantes, registrou confrontos de rua entre civis da oposição e governistas com pedras, pedaços de madeira e fogos de artifício, segundo imagens divulgadas nas redes sociais.

Grupos de opositores ao governo do presidente esquerdista Luis Arce chegaram a Puerto Quijarro para bloquear uma ponte, mas moradores locais que reprovam a manifestação conseguiram desbloquear a estrada.

Pablo Taborga, que era contrário ao bloqueio, teria sido agredido no incidente. Ele foi internado em um hospital local, mas não resistiu aos ferimentos.

Dados desatualizados

Santa Cruz decidiu organizar os protestos há mais de duas semanas para exigir a antecipação do censo.

O comitê cívico departamental, uma grupo civil e empresarial, pressiona o governo para decretar um censo no próximo ano.

O censo é usado na Bolívia como base para a distribuição de cadeiras no Congresso e de recursos econômicos públicos de acordo com a população de cada departamento.

Santa Cruz, o departamento mais populoso da Bolívia, tem acesso a recursos econômicos e um número de deputados no Congresso com base em um censo organizado há mais de 10 anos, mas alega que os dados estão desatualizados e que deveria receber mais verbas.

Neste sábado, foi iniciado um diálogo entre o comitê cívico e o governo em uma tentativa de superar as divergências.

(Com AFP)

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