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Covid-19: Ottawa declara estado de emergência e manifestantes convocam caminhoneiros europeus

A cidade de Ottawa, que há dez dias enfrenta a presença barulhenta de centenas de caminhões de todo o Canadá, teve seu estado de emergência declarado neste domingo (6) pelo prefeito Jim Watson. Os manifestantes convocam os caminhoneiros europeus, principalmente da Alemanha, Itália, França e Croácia, a aderirem ao movimento e se reunirem em Bruxelas, na próxima segunda-feira (14).

O movimento, apelidado de "comboio da liberdade", que começou em Ottawa no sábado 29 de janeiro, se espalharou para outras grandes cidades canadenses neste fim de semana, como Toronto, Quebec e Winnipeg.
O movimento, apelidado de "comboio da liberdade", que começou em Ottawa no sábado 29 de janeiro, se espalharou para outras grandes cidades canadenses neste fim de semana, como Toronto, Quebec e Winnipeg. Cole Burston GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP
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Por Pascale Guéricolas, correspondente da RFI no Quebec

O movimento apelidado de "comboio da liberdade" pretendia, originalmente, protestar contra a decisão de forçar, desde meados de janeiro, caminhoneiros a se vacinarem para cruzar a fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos. Porém, rapidamente se transformou em um movimento contra as medidas sanitárias como um todo e, para alguns, contra o governo de Justin Trudeau.

Os protestos, que começaram em Ottawa no sábado 29 de janeiro, se espalharam, em menor escala, para outras grandes cidades canadenses no fim de semana, como Toronto, Quebec e Winnipeg.

Para o prefeito de Ottawa, a presença de caminhões ​​e vans por quase um quilômetro perto do Parlamento representa um sério perigo e uma ameaça à segurança dos moradores. Com a declaração de estado de emergência, Jim Watson espera obter mais apoio das autoridades locais e nacionais para resolver a questão da ocupação de parte do centro da cidade.

A prefeitura anunciou em um comunicado que a medida “também oferece maior flexibilidade dentro da administração municipal para permitir que a cidade de Ottawa gerencie a continuidade das atividades para fornecer serviços essenciais” aos moradores.

“Situação fora de controle”

No início do dia, o prefeito havia julgado "a situação completamente fora de controle (em Ottawa), porque são os manifestantes que fazem a lei". “Estamos perdendo a batalha (...), precisamos retomar nossa cidade", insistiu Jim Watson, julgando "inaceitável" o comportamento dos manifestantes que obstruem as ruas do centro da cidade e buzinam incansavelmente com seus caminhões.

A polícia de Ottawa, criticada por não ter conseguido impedir a paralisação do centro da capital, anunciou sua intenção de impedir o abastecimento dos manifestantes, principalmente de combustível. "Quem tentar dar apoio material (combustível, etc.) aos manifestantes corre o risco de ser preso. Esta medida já está em vigor", alertou a polícia em um tuíte. Após o anúncio, a polícia informou, à noite, que havia feito "diversas prisões".

Durante uma reunião de emergência com autoridades municipais eleitas, o chefe de polícia de Ottawa, Peter Sloly, reclamou, no sábado (5), que não tinha meios suficientes para acabar com o que descreveu como um "estado de sítio" e pediu "recursos adicionais". A polícia de Ottawa receberá em breve o reforço de cerca de 250 membros da Polícia Montada Real Canadense, uma força policial federal.

“Dia do Senhor”

A polícia de Quebec informou à noite no Twitter que "todos os caminhões parados" deixaram a cidade. Pela manhã, os organizadores do movimento em Ottawa anunciaram, em um "gesto de boa vontade", a intenção de interromper o buzinaço por algumas horas no domingo para respeitar o "Dia do Senhor".

Cerca de 450 contravenções foram notificadas desde a manhã de sábado, inclusive por barulho excessivo ou uso de fogos de artifício, informou a polícia de Ottawa.

Moradores de Ottawa, irritados com o caos causado pelo movimento e com a inércia das autoridades locais, iniciaram uma ação coletiva no valor de cerca de CS $ 10 milhões (mais de R$ 4 bilhões) contra os organizadores das manifestações.

(Com informações da AFP)

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