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Canadá é sacudido por atos violentos e bloqueio de caminhoneiros contra medidas sanitárias

Foi um fim de semana conturbado no Canadá. Opositores às medidas sanitárias contra a Covid-19 tomaram as ruas de Ottawa no sábado (29) e domingo (30). O movimento é liderado por caminonheiros, que bloquearam uma importante rodovia no oeste do país.

Um multidão se reuniu em frente ao Parlamento canadense, em Ottawa, para protestar contra as medidas sanitárias durante o fim de semana.
Um multidão se reuniu em frente ao Parlamento canadense, em Ottawa, para protestar contra as medidas sanitárias durante o fim de semana. Dave Chan AFP
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A capital canadense é palco de um imenso movimento de protesto contra as medidas sanitárias e a vacinação anticovid. Milhares de pessoas participaram de uma manifestação em apoio a um grupo de caminhoneiros, autodenominado de "Comboio da Liberdade". No domingo, eles bloquearam uma rodovia perto de Alberta, no oeste, um trajeto importante para o transporte de mercadorias entre o Canadá e os Estados Unidos.

Segundo o porta-voz da polícia federal em Alberta, Curtis Peters, ao menos uma centena de caminhões estavam estacionados no local. Os policiais se disseram "sob pressão e totalmente ocupados" devido ao bloqueio que permitia apenas que pedestres passassem. A mobilização pode se intensificar porque caminhoneiros de outras regiões, como os da Colúmbia Britânica, planejam aderir aos protestos e protestar por vários dias.

Na capital canadense, a polícia abriu investigações após a profanação de monumentos nacionais, além de comportamentos "ameaçadores, ilegais e intimidadores" contra a polícia. Uma viatura policial foi destruída pelos manifestantes. 

"Fiquei revoltado ao ver manifestantes dançando sobre o Túmulo do Soldado Desconhecido e vandalizando o monumento da Guerra do Canadá", tuitou o chefe das Forças Armadas canadenses, Wayne Eyre. Segundo ele, "as pessoas que participaram das degradações deveriam ter vergonha".

Premiê foi levado a local secreto

A tensão era tão forte que o primeiro-ministro, Justin Trudeau, e sua família foram escortados no sábado a um local secreto, por segurança, indicou a imprensa canadense. Diante de seu escritório, uma multidão realizou um panelaço exigindo "liberdade".

Em entrevista a um canal de TV, o prefeito de Ottawa, Jim Watson, pediu que os manifestantes finalizassem o protesto para que a cidade pudesse retomar a normalidade. "Sinceramente, as pessoas estão se sentindo prisioneiras dentro de suas próprias casas", declarou.

No Twitter, Watson denunciou o comportamento "ameaçador" de alguns manifestantes, particularmente contra jornalistas que trabalhavam na cobertura da mobilização. "Parem de intimidar e sejam respeitosos em relação a seus compatriotas", tuitou.

A ONG Pastores da Esperança, que ajuda moradores de rua, também afirmou que seus empregados e voluntários foram assediados por alguns participantes do protesto.

Revolta contra o governo

Os manifestantes estão particularmente revoltados contra a permanência das medidas impostas pelo governo Trudeau para tentar barrar a propagação da variante ômicron no país. 

"Quero que o governo acabe com as restrições, como está acontecendo em outros países. Manter essas medidas é inútil", declarou a professora aposentada Angela Bernal, de 67 anos. 

Em entrevista à imprensa, Trudeau declarou que o movimento é uma ameaça aos cidadãos e ao país. "Os canadenses não são representados por essa minoria problemática e barulhenta que é contra a ciência, o governo e a sociedade", afirmou. 

Atualmente, 82% dos canadenses de mais de 5 anos estão vacinados contra a Covid-19. Entre eles, 90% são adultos. 

Afirmando que "a vasta maioria" dos caminhoneiros do país está imunizada, a Aliança Canadense dos Caminhoneiros, uma das maiores associações da categoria, se declarou "categoricamente contra" a manifestação. 

A mobilização, no entanto, ganhou o apoio de uma personalidade polêmica. No Twitter, o bilionário Elon Musk e dono da Tesla, escreveu: "os caminhoneiros canadenses dominam".

(Com informações da AFP)

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