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Justiça americana aceita acusação de agressão sexual contra príncipe Andrew da Inglaterra

Um juiz de Nova York negou nesta quarta-feira (12) o pedido do príncipe Andrew para rejeitar uma denúncia de agressão sexual que uma mulher americana apresentou contra ele. Os fatos teriam acontecido em 2001.

A Justiça americana aceitou as acusações de agressão sexual contra o príncipe Andrew. Ele poderia ser julgado em setembro de 2022.
A Justiça americana aceitou as acusações de agressão sexual contra o príncipe Andrew. Ele poderia ser julgado em setembro de 2022. CHRIS JACKSON POOL/AFP/File
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Em sua decisão, o juiz Lewis Kaplan decidiu que a petição do príncipe para arquivar a ação civil, apresentada em 2021 por Virginia Giuffre, uma das vítimas dos crimes sexuais do financista americano Jeffrey Epstein, deve ser "negada em todos os seus aspectos".

Giuffre afirma que foi agredida sexualmente pelo príncipe na casa de Epstein, em Nova York, em sua ilha privada das Ilhas Virgens. Ela também diz ter sido vítima de uma agressão sexual em Londres, na casa de Ghislaine Maxwell, companheira do financista, que foi condenada em dezembro à prisão perpétua por tráfico de menores com finalidades sexuais, para Epstein.

Giuffre, que na época ela tinha 17 anos, alega que Epstein a “emprestou” para ter relações sexuais com seus poderosos e ricos amigos, entre eles Andrew, acusações que o príncipe negou em várias ocasiões.

Ainda assim, Kaplan rejeitou, em um documento de 44 páginas, que a denúncia de Giuffre seja "ininteligível", "vaga" ou "ambígua", como dizem os advogados do príncipe.

A defesa de Andrew argumentou que Giuffre assinou um acordo de US$ 500.000  com o financista americano, em 2009, para não processá-lo ou a "outros réus em potencial".

O juiz também rejeita este ponto em seu escrito, que data de terça-feira, mas foi publicado apenas nesta quarta-feira.

Amizade com Epstein

A amizade do segundo filho da rainha da Inglaterra, de 61 anos, com Epstein vem causando problemas há muito tempo. O empresário americano se suicidou na prisão em 2019.

Desde as acusações de Giuffre, Andrew raramente apareceu em público, depois de ser obrigado a deixar a primeira linha da monarquia britânica ao não conseguir se desligar do caso Epstein. Uma série de fotos que provam os vínculos entre Andrew, Epstein, Maxwell e Giuffre foram divulgadas no Reino Unido.

A defesa do príncipe tenta há seis meses convencer a Justiça americana de desistir do processo. Se todos os recursos de Andrew falharem, um julgamento civil poderá ocorrer "entre setembro e dezembro do próximo ano", disse o juiz Kaplan no outono de 2021.

O príncipe Andrew e Virginia Giuffre (c), que o denunciou por abuso sexual quando ela era menor, e Ghislaine Maxwell (d), em uma foto tirada em data e lugar indeterminados.
O príncipe Andrew e Virginia Giuffre (c), que o denunciou por abuso sexual quando ela era menor, e Ghislaine Maxwell (d), em uma foto tirada em data e lugar indeterminados. Handout US District Court - Southern District of New York (SDNY)/AFP

Pária real

Na família real britânica, o prícipe “playboy” e militar corajoso, como era conhecido, passou a ser um pária.

Em uma entrevista considerada caluniosa, em novembro de 2019, Andrew afirmou que não se lembrava de Giuffre. O príncipe também alegou que não era ele que tinha sido visto por testemunhas dançado, suado, com a jovem em uma boite de Londres, há mais de vinte anos.

A defesa do príncipe alegou uma incapacidade de “transpirar” desde sua participação na guerra das Malvinas, em 1982, quando seu organismo teria secretado muita adrenalina.

Os advogados de Giuffre pedem que a defesa de Andrew apresente um certificado médico provando que o corpo do prícipe não transpira.

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