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Estátua de mulher indígena substituirá a de Colombo na Cidade do México

Na Cidade do México, a estátua de Cristóvão Colombo não voltará a seu pedestal em uma das principais avenidas da capital: ela será substituída pela de uma mulher indígena. Para muitos, trata-se de um gesto do governo mexicano para com os povos indígenas locais.

“Até nunca mais, genocida". Antigo pedestal da estátua de Cristóvão Colombo, sem esta última, no centro do México, em 2020.
“Até nunca mais, genocida". Antigo pedestal da estátua de Cristóvão Colombo, sem esta última, no centro do México, em 2020. AFP - PEDRO PARDO
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A prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, anunciou neste fim de semana que a estátua de Cristóvão Colombo será substituída pela de uma mulher indígena. Mas em torno da medida circulam opiniões conflitantes.

“Com ele começaram todos os males do continente”

“Parece-me justo que queiram colocar uma mulher indígena”, diz um jovem trabalhador que não quis revelar o seu nome, enquanto um turista norte-americano, Robert, pensa que a estátua de Colombo deveria ser destruída “porque com ele todos os males começaram no continente ".

Já o pedreiro Israel García acredita que há coisas mais importantes para gastar, como a luta contra a Covid-19 ou a reativação da economia. “Essas são apenas piadas do presidente”, diz o artesão.

Paseo de la Reforma

A estátua esteve ao longo de todo o século XX e até três meses atrás localizada no Paseo de la Reforma, uma das avenidas mais importantes da Cidade do México, que foi planejada e construída pelo Imperador Maximiliano de Habsburgo, no século XIX.

Depois de uma guerra sangrenta entre liberais e conservadores, Maximiliano foi fuzilado, a República foi restabelecida e o Paseo Imperial foi rebatizado de Paseo de la Reforma e, ao longo dessa avenida, foram colocadas estátuas dos liberais que lutaram contra o imperador austríaco, monarca convidado pelos conservadores para governar o México.

As grandes marchas e manifestações na capital mexicana sempre tiveram uma parada estratégica para desfigurar e atacar a estátua de Colombo, principalmente quando se trata de mobilizações indígenas e camponesas.

O gesto de erguer a estátua de uma mulher indígena na Glorieta de Colón é simbólico: o governo de Andrés Manuel López Obrador declarou guerra aos conservadores mexicanos, muitas vezes rotulados de racistas.

Além disso, em agosto passado o México fez questão de lembrar os 500 anos da queda de Tenochtitlán, a capital do império asteca nas mãos dos conquistadores espanhóis.

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