Novo Congresso americano assume às vésperas de semana decisiva
O novo Congresso dos Estados Unidos assume suas funções neste domingo (3), em meio a um ambiente de expectativa pela definição da maioria no Senado e pela promessa de uma sessão agitada na próxima quarta (6), quando será selada a vitória do presidente eleito Joe Biden.
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O democrata, de 78 anos, terá maioria na Câmara dos Representantes, cujos 435 membros tomam posse neste domingo, antes de designarem o presidente da Casa para os próximos dois anos. A posição quase certamente recaíra sobre Nancy Pelosi, de 80, apesar da relutância de algumas vozes mais progressistas da sigla.
No Senado, a história é outra, já que a definição está sujeita a duas eleições que ocorrerão nesta terça-feira (5) no estado da Geórgia (sul). Os democratas precisam conquistar as duas cadeiras - algo difícil - para recuperar o controle da Câmara Alta.
Prova do que está em jogo é que tanto o presidente Donald Trump quanto o presidente eleito Biden visitarão o estado na segunda-feira, acompanhados por seus respectivos vice-presidentes Mike Pence e Kamala Harris.
Harris, que em 20 de janeiro será a primeira mulher e representante de uma minoria a chegar à vice-presidência do país, era esperada em Savannah neste domingo, para motivar o voto da população negra. A mobilização desse eleitoral é crucial.
"Temos apenas alguns dias para fazer todo o possível para voltar ao Senado", tuitou Biden no sábado (2), conclamando seus apoiadores a arregaçarem as mangas nesta reta final.
Nas últimas semanas, Trump também tuitou muito sobre a Geórgia. Menos para apoiar os candidatos de seu partido e mais para denunciar "fraudes" em massa que, segundo ele, roubaram sua vitória neste estado tradicionalmente republicano.
Segundo vários analistas, isso é algo que pode favorecer os democratas, já que, convencidos da existência de fraude, os eleitores republicanos podem se ver tentados a ficar em casa.
Lealdade
Dois meses após as eleições, Trump ainda se recusa a aceitar a derrota. Apesar do fracasso retumbante de sua "guerrilha" judicial e da falta de provas contundentes, ele conseguiu semear dúvidas na mente da maioria de seus apoiadores, que esperam ser ouvidos na quarta-feira, em Washington, D.C.
Essas manifestações, incluindo uma "marcha por Trump", coincidirão com uma sessão do Congresso destinada a registrar formalmente o triunfo de Biden, confirmado com 306 grandes eleitores contra 232.
A ação do Congresso é uma obrigação constitucional e, em geral, trata-se de uma mera formalidade. Este ano, no entanto, promete ser explosiva.
Embora alguns pesos pesados republicanos, como o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, tenham reconhecido a vitória de Biden, o presidente Trump ainda conta com o apoio inabalável de dezenas de legisladores em ambas as casas. Eles prometem ecoar, no Capitólio, as acusações de fraude eleitoral.
Sua intervenção não tem chance de inviabilizar a sessão - não têm votos suficientes -, mas pode atrapalhar, ou retardar o procedimento e complicar a missão prioritária de Biden de "reconciliar" os Estados Unidos para além das disputas partidárias.
A relevância dependerá, em grande parte, do que acontecer na Geórgia. No papel, os senadores republicanos David Perdue, de 71, e Kelly Loeffler, 50, são os favoritos para manter suas cadeiras. O primeiro venceu no primeiro turno, e a segunda deve se beneficiar dos votos de outro conservador.
Mas seus oponentes democratas, Jon Ossoff, um produtor audiovisual de 33 anos, e Raphael Warnock, um pastor negro de 51 anos, apostam no impulso criado com a vitória de Biden em novembro.
"Vamos fazer história", disse Ossoff a algumas dezenas de simpatizantes no sábado, na pequena cidade de Eatonton, em meio a uma zona rural onde cartazes pró-Trump continuam sendo uma legião.
(Com informações da AFP)
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