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Sob pressão, Trump ratifica pacote de socorro à economia de US$ 900 bilhões

A menos de um mês de deixar a Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ratificou neste domingo (27), de maneira inesperada, após dias de resistência, o novo pacote de estímulo à econômia americana de US$ 900 bilhões que, entre outras medidas, prevê ajuda às famílias e pequenas empresas em dificuldades devido à crise da Covid-19.

O presidente Donald Trump na Casa Branca em 5 de novembro de 2020. Trump ratifica pacote de socorro à economia de US$ 900 bilhões
O presidente Donald Trump na Casa Branca em 5 de novembro de 2020. Trump ratifica pacote de socorro à economia de US$ 900 bilhões AP - Evan Vucci
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Trump também assinou o projeto de Lei de financiamento do Estado federal, que afasta temores de uma paralisação nesta terça-feira (29) de serviços públicos como parques e museus.

Na última terça-feira (22), o presidente americano ameaçou vetar o pacote de ajudas negociado no Congresso, com o acordo de seu ministro de Economia e Finaças, chamando de vergonhoso o montante dos cheques de US$ 600 enviados a famílias atingidas pela crise. Mas desde a expiração, no sábado (26) à meia-noite, de dois programas de assistência federal para 12 milhões de pessoas que perderam o emprego por causa da pandemia, Trump virou alvo de críticas da oposição e de membros de seu partido, o que teria pressionado o presidente americano a ratificar o plano para evitar um desastre social e econômico.

“Eu ratifico essa lei para restaurar o seguro desemprego, deter os despejos, dar assistência aos proprietários, aumentar os fundos do programa de empréstimo às empresas, permitir aos empregados do setor aéreo voltar ao trabalho e aumentar o fundo para a distrituição de vacinas”, explicou Trump em um comunicado.

Ele reiterou que sua oposição inicial à assinatura da lei se devia ao fato de que o valor dos cheques de ajuda às famílias em dificuldade deveria ser maior. A recusa do presidente surpreendeu inclusive membros de seu partido, que temiam que o atraso colocasse em risco milhões de americanos em dificuldade.

“Estou feliz em saber que os americanos vão receber uma assistência mais que necessária enquanto nosso país continua a lutar contra a pandemia”, afirmou em um tuíte o senador republicano Mitch McConnel.

O senador republicano Mitt Romney se declarou “aliviado”. “A ajuda de que precisavam desesperadamente está a caminho dos trabalhadores, das famílias e das pequenas empresas em todo o país”, escreveu no Twitter.

Nancy Pelosi, líder dos democratas na Câmara dos representantes, afirmou que tratava-se “de um adiantamento necessário para exterminar o vírus, colocar dinheiro no bolso dos americanos e honrar nossos heróis”. E afirmou, também na rede social, que "devemos tomar mais medidas rapidamente”.

Ajudas necessárias

O pacote prolonga até março as ajudas federais aos desempregados, amplia programa de empréstimos, prevê milhões de dólares às pequenas e médias empresas, restaurantes, hotéis e para o setor de transporte aéreo, prolonga a moratória que proíbe expulsões de pessoas que não podem pagar seus aluguéis, suspende apreensões de bens imobiliários e prevê fundos para a distribuíção de vacinas contra a Covid-19.

Sem a assinatura de Donald Trump, todas essas medidas não poderiam entrar em vigor. As ajudas são cruciais para uma econômia estagnada devido às novas restrições de atividade e circulação para deter o aumento das infecções pelo novo coronavírus.

De acordo com Andrew Stettner, do grupo de reflexão progressista The Century Foundation, a ajuda é “a única boia de salvação para milhões de famílias para não caírem na pobreza”. “Sem o seguro desemprego ou um salário, famílias não terão meios de comprar comida, conservar suas casas ou carros, comprar remédios importantes, enfrentarão dificuldades para encontrar um emprego e sair do buraco no qual a recessão as colocou”, previne Stettner. Para ele, os afro-americanos e pessoas de origem da América Latina são os mais afetados.

O atraso na assinatura do plano poderia agravar os problemas econômicos causados pela pandemia, Inclusive o aumento do desemprego perene.

Sem dizer diretamente que vetaria o plano econômico, Trump pediu que o valor dos cheques enviados às pessoas em necessidade passasse de US$ 600 a US$ 2 mil dólares.

Os democratas, favoráveis a um aumento do montante, tentaram na quinta-feira (24) votar uma emenda na Câmara de representantes, mas esta foi bloqueada pela maioria republicana.

Outra sessão parlamentar está prevista para esta segunda-feira (28), mas o resultado pode ser o mesmo, já que republicanos temem problemas orçamentários.

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