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Trump não aprova pacote econômico adotado pelo Congresso americano

O presidente americano, Donald Trump, rejeitou na noite desta terça-feira (22) o plano de estímulo à economia de US$ 900 bilhões, adotado na véspera pelo Congresso, após meses bloqueado. Ele afirmou que o plano é uma "vergonha" e pediu o aumento do valor dos cheques enviados às famílias americanas para lutar contra a crise gerada pela pandemia de Covid-19.

O presidente americano Donald Trump rejeitou plano de estímulo econômico e o chamou de "vergonha".
O presidente americano Donald Trump rejeitou plano de estímulo econômico e o chamou de "vergonha". JIM WATSON AFP/File
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"Eu peço ao Congresso que altere este projeto de lei e aumente os ridiculamente baixos US$ 600 para US$ 2 mil ou US$ 4 mil dólares por casal. Também peço ao Congresso que livre-se de elementos inúteis e caros dessa lei", declarou o presidente em um vídeo publicado no Twitter.

Considerado essencial para a retomada da economia americana, o pacote adotado pelos parlamentares na segunda-feira (21) tem o objetivo de ajudar famílias e empresas afetadas pela pandemia e não pode entrar em vigor sem a assinatura do presidente.

Trump deixou a entender no vídeo que não vai assinar o documento sem as mudanças, e pede que uma proposta de lei alterada de maneira "conveniente" seja enviada a ele. Se as condições não forem respeitadas, o presidente indica que caberá à próxima administração adotar o pacote. "Talvez eu esteja na próxima administração", completou o presidente que ainda não reconheceu sua derrota nas eleições presidenciais de 3 de novembro para Joe Biden.

"É uma desgraça", afirmou Trump. "Se chama lei de ajuda à Covid, mas não tem praticamente nada a ver com a doença", completou o presidente, citando os auxílios, presentes no texto, ao Cambodja, Birmânia e os financiamentos destinados ao Exército egípcio que, para ele, "vão comprar equipamento militar quase exclusivamente da Rússia".

A presidente da Câmara dos representantes, a democrata Nancy Pelosi, desafiou Trump e os membros de seu partido a concretizar os pedidos feitos no vídeo. "Os republicanos se recusaram repetidamente a dizer o montante que o presidente queria nos cheques diretos. Finalmente o presidente concorda com US$ 2 mil. Os democratas estão prontos a levar a proposta para debate esta semana, por unanimidade. Façamos isso!", reagiu ela no Twiter.

O senador republicano Lindsey Grahan considerou necessário que o plano de ajuda, ainda que imperfeito, entre em vigor. "Quanto antes melhor", escreveu também na rede social.

Outro plano

No último domingo (20), após meses de bloqueio, democratas e republicanos anunciaram terem chegado a um acordo principalmente sobre as medidas relacionadas aos cheques para as famílias mais fragilizadas, ajudas a pequenas empresas, às escolas e seguro desemprego suplementar de US$ 300 por semana e um envelope para a distribuição de vacinas contra a Covid-19.

Os Estados Unidos atravessam uma das piores recessões de sua história, que começou durante a primeira onda da pandemia, em abril, devido às ações tomadas para diminuir os contágios que provocaram um desemprego massivo entre a população.

Com a segunda onda, que começou em outubro, a retomada econômica e a criação de empregos que recomeçou em agosto pararam novamente.

O primeiro pacote, com o gigantesco valor de US$ 2,2 trilhões, foi votado em urgência no final de março, durante a primeira onda da pandemia. Ele compreendia indenizações por perda de trabalho excepcionais de US$ 600 por semana e o envio de cheques de US$ 1,2 mil por adulto.

O presidente eleito, Joe Biden, declarou nesta terça-feira  que o pacote de ajuda de US$ 900 bilhões era um "primeiro passo", mas que não era suficiente, e anunciou que pediria ao Congresso que votasse, em 2021, um novo plano de ajuda à economia americana.

"Devemos trabalhar envolvendo as duas partes (republicanos e democratas). Somente assim conseguiremos sair dessa situação", afirmou.

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