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Gabão/Golpe

Tentativa de golpe de Estado fracassa no Gabão

Um porta-voz do governo do Gabão confirmou nesta segunda-feira (7) a tentativa de golpe de Estado de oficiais das Forças Armadas que haviam ocupado a sede da rádio e TV estatal. Segundo Guy-Bertrand Mapangou, um dos cinco militares que participaram do motim fugiu.

Vista do centro de Libreville, no Gabão.
Vista do centro de Libreville, no Gabão. STEVE JORDAN / AFP
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Segundo Mapangou, a situação está relativamente sob controle e as instituições estão preservadas, declarou ao canal de TV francês France 24. Na madrugada desta segunda-feira (7), por volta das 4h30, o tenente Kelly Ondo Obiang decidiu assumir o controle da rádio e TV gabonesa para denunciar uma “manipulação” do presidente para se manter no poder e a cumplicidade da hierarquia militar. Em sua mensagem, incitou a população a ir às ruas para derrubar o governo.

Ao lado de dois soldados armados de fuzis, o opositor disse que o golpe era uma reação contra o assassinato de “jovens compatriotas”, em alusão à onda de violência que sucedeu a reeleição de Ali Bongo em 2016.

Obiang também criticou a mensagem de Ano Novo divulgada por Ali Bongo no Marrocos, onde se recupera há mais de dois meses de um AVC, visava tranquilizar a população em relação ao seu estado de saúde. "Ela deixa dúvidas sobre sua capacidade de assumir tarefas ligadas à função de Presidente da República”, considerou.

A fala do tenente, entretanto, parece ter surtido pouco efeito, já que em grande parte da capital, Libreville, a situação parecia calma. Alguns tiros foram ouvidos perto da sede da rádio e TV estatal, onde soldados usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar cerca de 300 pessoas que se concentravam no local para apoiar os rebeldes. Jovens incendiaram carros e pneus. Helicópteros também sobrevoaram a cidade e policiais foram vistos nos quatro cantos da capital.

Reeleição de Bongo foi marcada por acusações de fraudes

O chefe de Estado gabonês, Ali Bongo, de 59 anos, foi vítima de um ataque cerebral em outubro, quando participava de uma conferência econômica na Arábia Saudita, e está sendo tratado no Marrocos. Atualmente, seu vice-presidente é quem está no cargo, diante da ausência de uma decisão da Corte Constitucional.

Ali Bongo foi reeleito com menos de 6 mil votos em relação ao opositor Jean Ping, ex-presidente da Comissão da União Africana. O pleito foi marcado por acusações de fraude e violentas manifestações. A União Europeia identificou diversas anomalias, como na província de Haut-Ogooué, onde Bongo obteve 95% dos votos e a participação atingiu cerca de 99,9% de inscritos.

Antes de assumir a presidência do país, Bongo foi ministro da Defesa durante dez anos, o que “limita a possibilidade que a hierarquia militar apoie seu afastamento”, declarou Judd Devermont, diretor do programa CSIS (Center for Strategic and International Studies).

 

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