Governo moçambicano cede ao pedido de mediação internacional da Renamo
A delegação negocial do Governo cedeu ao pedido da Renamo na 47ª ronda negocial, que decorreu esta sexta-feira, sobre as condições de cessar-fogo que têm vindo a ser discutida nos últimos meses entre as duas partes. Itália, Portugal, Grã-Bretanha e Estados Unidos da América vão constar no grupo de países observadores do processo de cessar-fogo.
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Hoje, o Governo cedeu à exigência da Renamo ao permitir a inclusão de membros internacionais ao diálogo que tem vindo a separar e agitar a acção político-militar de Moçambique.
A 47ª ronda negocial não teve lugar na habitual sede de conversações, mas na Assembleia da República para aproximar as posições e harmonizar os termos de referências para a assinatura do cessar-fogo.
A mediação internacional tem sido a principal divergência entre o Governo moçambicano e a Renamo para pôr fim à tensão político-militar. O chefe da delegação governamental, José Pacheco, em entrevista ao nosso correspondente em Maputo, Orfeu Lisboa, declarou que foram identificados os países observadores do processo de cessar-fogo, "excluímos a participação de organizações internacionais por causa das implicações que têm" e disse que o Governo espera que os próximos passos sejam observados.
"A nível de países na região da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e na União Africana (UA) identificámos; Botswana, Zimbabwe e África do Sul. Na região da União Europeia (UE) identificámos; Itália, Portugal e Reino Unido. Ainda em África; Quénia e a nível de outros países do mundo identificámos os Estados-Unidos da América (EUA)", disse o chefe da delegação governamental.
Correspondência Moçambique, Orfeu Lisboa
O chefe da delegação da Renamo, Simone Macuiane, insistiu na inclusão de questões estritamente militares, "orientámos as nossas equipas de peritos militares para trabalhar ao longo do fim-de-semana, iremos retomar na segunda-feira continuando a harmonizar os aspectos que ainda não estão concluídos, mas pensamos que foi um passo que já foi dado".
Moçambique vive nesta crise político-militar há mais de um ano opondo o Governo e a Renamo em questões eleitorais que deram origem a confrontos cujas consequências têm sido dramáticas para o país.
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