Incêndios florestais na Argélia mataram ao menos 90 pessoas

Pelo menos 90 pessoas, incluindo 33 militares, morreram desde segunda-feira (9) nos incêndios florestais registrados no norte da Argélia, onde bombeiros, soldados e voluntários continuam a combater o fogo. Líderes políticos afirmam que o fogo é, em sua maioria, de origem "criminosa" e que incendiários foram presos.

Incêndios atingem principalmente a região da Cabília, no norte da Argélia AP - Toufik Doudou

Os números divulgados pelas autoridades – Proteção Civil e Ministério da Defesa – atualizaram o balanço de sexta-feira, que contabilizava 71 vítimas fatais. As autoridades afirmam que 100 incêndios foram identificados em todo o país.

O ministério argelino da Defesa homenageou neste sábado (14) os 33 militares mortos em duas cerimônias, uma realizada no hospital militar de Argel, na presença do chefe do Estado-Maior, Saïd Chenegriha, e outra em Constantino, no nordeste do país. "Esses heróis sacrificaram suas almas pela pátria e para salvar seus concidadãos dos incêndios criminosos que ocorreram em diferentes regiões do nosso país", declarou o general Boualem Madi, diretor de comunicação da Defesa durante a homenagem, no terceiro e último dia de luto nacional.

Mesmo se o governo fala de atos criminosos, especialistas e testemunhas apontam para a falta de prevenção por parte dos poderes públicos face a um fenômeno recorrente todos os anos na Argélia, que é agravado pelo calor extremo.

Segundo informações oficiais, as equipes da Proteção Civil lutam neste sábado contra 29 incêndios em 13 províncias. "Os helicópteros do Grupo Aéreo da Proteção Civil e do Exército realizaram 235 intervenções, não esquecendo outras 172 em Tizi Uzu, Bejaia e Jijel", na região da Cabília, no norte do país, acrescentou a Proteção Civil em um comunicado.

Dois hidroaviões franceses, disponibilizados por meio do mecanismo de ajuda da União Europeia, prestaram assistência na quinta e na sexta-feira no combate aos incêndios na Cabília.

O presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, informou na quinta sobre o fretamento de dois hidroaviões da Espanha e outro da Suíça.

(Com informações da AFP)