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Novo vice da Venezuela se diz “radicalmente chavista”

O novo vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, potencial sucessor de Nicolás Maduro caso o mandato do presidente seja revogado, é um advogado de 42 anos, que se define como "radicalmente chavista".

O presidente da Venezuela (e), Nicolás Maduro, nomeou Tareck El Aissami (d) como novo vice-presidente.
O presidente da Venezuela (e), Nicolás Maduro, nomeou Tareck El Aissami (d) como novo vice-presidente. Palace/Handout via REUTERS
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Nomeado na quarta-feira (4), El Aissami, que cumpria mandato como governador do estado de Aragua, prometeu, em cadeia nacional de rádio e televisão, “trabalhar para levar o chavismo a um reencontro com o povo” e defender a qualquer custo o legado do ex-presidente Hugo Chávez (1954-2013).

"Temos que seguir recuperando o que Chávez nos ensinou: governar obedecendo o povo. O socialismo é o caminho para salvar a pátria, não o capitalismo, não a burguesia, não a direita terrorista e criminosa", escreveu o novo vice-presidente no Twitter.

El-Aissami substitui Aristóbulo Istúriz, 70, como parte da reestruturação do gabinete anunciada por Maduro para "recuperar e expandir a revolução bolivariana em todos os planos: moral, econômico, político e internacional".

"Ele tem juventude, experiência, compromisso e valentia", disse Maduro em reunião do gabinete transmitida pela TV estatal. "Disse a ele 'trabalhe noite e dia pela segurança do povo, na luta contra os criminosos, na luta para depurar as polícias regionais e na luta contra os terroristas da extrema direita'."

Envolvimento com o narcotráfico

El Aissami é alvo de ataques da oposição por acusações sobre supostas conexões com o narcotráfico. Além disso, uma reportagem publicada em maio de 2015 no The Wall Street Journal afirmou que ele é investigado pela Justiça norte-americana, junto com outros altos funcionários do governo venezuelano, por ligações com tráfico de drogas.

“Se mostrarem uma única prova, entrego o meu cargo”, disse na época, em referência ao seu mandato de governador de Aragua.

Juan Barreto, ex-prefeito chavista de Caracas, afirma que “El Aissami é um homem de absoluta confiança de Maduro e também era de Chávez, que o nomeou para importantes cargos”.

Em 2005, quando El Aissami era deputado da Assembleia Nacional, Chávez o designou vice-ministro da Segurança Cidadã, entre 2007 e 2008. Depois ele foi nomeado ministro do Interior e Justiça, cargo que desempenhou durante quatro anos, antes de chegar ao governo do estado de Aragua.

Cliver Alcalá Cordones, militar aposentado que participou do fracassado golpe de Estado liderado por Chávez em 1992 e hoje crítico de Maduro, acredita que a missão de El Aissami será manter o status quo, embora alerte para sua linha dura. “Haverá abusos e perseguição daqueles que tenham pensamentos diferentes”, disse à agência France Presse.

Referendo revogatório

A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que controla o Parlamento, anunciará em breve sua nova estratégia contra Maduro e poderá ou não seguir com a iniciativa do referendo revogatório.

Em 2016, o referendo teria provocado a convocação de novas eleições, mas, se Maduro perder o cargo a partir de 10 de janeiro deste ano, El Aissami assume a presidência até o final de 2018.

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