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Sonda chinesa na Lua busca "petróleo do futuro", destaca jornal francês

A imprensa francesa destaca nessa sexta-feira (4) a façanha da China, primeiro país a pousar uma sonda sobre a face oculta da Lua. Além da concorrência de poder entre as grandes potências, os jornais abordam as ambições comerciais por trás dessa descoberta.

O solo da face oculta da Lua fotografada durante o pouso da sonda Chang’e-4.
O solo da face oculta da Lua fotografada durante o pouso da sonda Chang’e-4. CNSA
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Em reportagem de capa, com uma grande foto do lado até então desconhecido do satélite natural, o jornal Libération diz que Pequim reafirma suas ambições na conquista espacial, desafiando os Estados Unidos e a Rússia.

Com um orçamento de US $ 6 bilhões por ano (cerca de R$ 22 bilhões) destinados para o seu programa espacial, contra US $ 40 bilhões investidos pelos americanos, Pequim está tentando recuperar o atraso em relação às duas maiores potências.

O Libération destaca que a expansão espacial da China também envolve o setor privado, empenhado em desenvolver o turismo espacial nos próximos anos. Em maio, o OneSpace, uma espécie de SpaceX chinesa, numa comparação com a empresa americana de sistemas e transporte aeroespaciais da Califórnia, lançou o seu primeiro foguete no espaço. O objetivo é realizar voos tripulados a partir de 2025, com o apoio do Estado chinês.

A exploração de Marte está na mira dos chineses para 2020. Pequim também deseja estabelecer uma base lunar até 2030, com o objetivo de povoá-la com humanos. E deve lançar sua estação espacial, batizada de "Palácio Celestial", em 2022.

Petróleo do futuro

O Aujourd'hui en France escreve que, após 50 anos da conquista do satélite da Terra pela missão americana Apollo 11, a China comemora discretamente sua conquista, sem transmissões ao vivo ou alarde mundial.

Segundo a reportagem, os cientistas apostam na presença de uma forte concentração de hélio 3, um gás altamente cobiçado, trazido pelo vento solar. Muito raro na Terra, ele é visto como o petróleo do futuro, uma fonte de energia milagrosa e bastante econômica. Cerca de 25 toneladas seriam suficientes para fornecer a energia consumida pelos Estados Unidos durante um ano.     

Mas para que tudo dê certo, as baterias solares do módulo chinês precisarão aguentar tempo suficiente para passar a longa noite lunar que dura aproximadamente 14 dias terrestres.

O jornal Le Figaro mostra os desafios para o equipamento de exploração espacial chinês, de 140 quilos, que deverá suportar diferenças de temperatura entre -170° C à noite e + 120° C durante o dia.

A reportagem explica que se o Estados Unidos e a Rússia haviam desistido desde os anos 1970 de pousar nessa região é porque a operação exigia a custosa instalação de um satélite atrás da Lua, capaz de se comunicar com a sonda que faria a aterrisagem, operação ralizada pela China em maio do ano passado. O Figaro anuncia que os chineses preparam sua primeira missão para retirada de amostras lunares ainda para este ano.

O jornal La Croix escreve que desde a chegada de Donald Trump ao poder, até os Estados Unidos começam a reconsiderar a ideia de voltar à Lua. Segundo a reportagem, o satélite é visto como uma primeira estapa para novos habitats espaciais e que a NASA estuda um portal em órbita lunar, o que transformaria a Lua num primeiro posto para a conquista de outros planetas.  
 

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