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Dezenas de migrantes morrem afogados tentando atravessar mar Egeu

Ao menos 36 migrantes - entre eles, várias crianças - que tentavam atingir o litoral grego morreram afogados nesta terça-feira (5) ao longo da costa da Turquia depois que os barcos em que estavam naufragaram no mar Egeu. Durante o dia, guardas turcos resgataram 29 cadávers nas praias da região de Balikesir, no oeste do país, de frente para a ilha grega de Lesbos. A guarda costeira encontrou outras sete vítimas na água.

Policiais turcos junto a um corpo de uma migrante em praia no oeste do país
Policiais turcos junto a um corpo de uma migrante em praia no oeste do país REUTERS/Taylan Yildirim/Dogan News Agency NO RESALES
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De acordo com a agência de notícias Dogan, uma embarcação que deixou a região de Dikili nas primeiras horas do dia não resistiu aos ventos fortes e veio a pique com 22 pessoas a bordo. Apesar da intervenção da Guarda Costeira turca, a maioria das vítimas se afogou e os corpos foram encontrados em uma praia do distrito de Ayvalik, mais ao norte.

Fotos e vídeos publicados pela Dogan mostram os corpos de várias crianças vestidas em coletes salva-vidas estendidos sobre uma praia, enquanto equipes de resgate retiram outros cadáveres do mar. Uma outra embarcação, um barco inflável em que se amontoavam 58 pessoas também deixou a estação balneária de Dikili nesta terça-feira de manhã. Os corpos de 12 tripulantes, entre eles, mulheres e crianças, foram encontrados em uma praia nas redondezas. Vários outros foram salvos, mas tiveram de ser hospitalizados em estado de hipotermia.

As imagens das vítimas na praia lembram a do menino curdo Aylan Kurdi, de três anos, que causou comoção mundial em setembro de 2015. Seu corpo, repousando delicadamente de bruços sobre as areias da praia de Bodrum, foi encontrado por um policial turco. O agente tomou o garotinho no colo e essa sequência de imagens correu o mundo, transformando Aylan Kurdi em símbolo global da crise migratória. A fotografia sensibilizou as populações ocidentais, pressionando a União Europeia a facilitar a entrada no continente das pessoas que fogem, principalmente, das guerras na Síria e no Iraque.

Turquia se tornou parceira estratégica no combate à crise migratória

Atualmente, a Turquia acolhe 2,2 milhões de sírios e 300 mil iraquianos que fugiram das guerras em seus países. Entreposto natural entre o Ocidente e o Oriente, o país virou o principal ponto de passagem dos refugiados e, consequentemente, parceiro estratégico da Europa no combate à crise migratória. Ancara e Bruxelas fecharam um acordo no final de novembro que prevê € 3 bilhões de ajuda europeia para que a Turquia aumente o controle fronteiriço.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 1 milhão de migrantes entraram na União Europeia em 2015. Cerca de 70% deles utilizaram a rota do mar Egeu rumo às ilhas gregas, pagando milhares de euros a atravessadores que realizam o trajeto. Mais de 700 pessoas morreram ou desapareceram no caminho.

De acordo com as autoridades turcas, mais de 86 mil candidatos a exílio foram interceptados pela polícia local em 2015, uma média de mais de 150 por dia. Apesar das baixas temperaturas e das péssimas condições meteorológicas, que deixam a travessia ainda mais perigosa, milhares de pessoas continuam utilizando a rota.

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